Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou um lucro recorrente de R$ 2,7 bilhões no primeiro trimestre deste ano, representando um aumento de 58,82% em comparação com os R$ 1,7 bilhão registrados no mesmo período de 2023. Além disso, a instituição viu sua carteira de crédito expandir-se, alcançando um patrimônio líquido de R$ 155 bilhões, um aumento de 17,39% em relação ao primeiro trimestre do ano anterior.
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (9) no Rio de Janeiro. O diretor financeiro e de crédito digital para micro, pequenas e médias empresas do BNDES, Alexandre Abreu, ressaltou a baixa inadimplência de 0,00001%. Ele expressou surpresa com esse índice, afirmando: “Nunca pensei que fosse anunciar isso”. Segundo Abreu, apenas R$ 395 mil estão em atraso de uma carteira de crédito de R$ 520 bilhões.
Abreu avaliou o resultado como excelente, destacando a combinação incomum de aumento do lucro recorrente, diminuição da inadimplência e crescimento do desembolso e da carteira. Ele explicou que o desempenho melhorou principalmente na intermediação financeira, que é a principal atividade do banco, impulsionada principalmente pelo crédito.
Os dados também revelaram uma leve influência dos resultados relacionados às participações societárias, que contribuíram com um adicional de R$ 200 milhões. O BNDES possui atualmente R$ 73,9 bilhões em ações, com destaque para participações em empresas como Petrobras, JBS, Eletrobras e Copel. Por outro lado, as despesas com tributos aumentaram, mas tiveram um impacto pequeno no resultado.
Considerando o lucro contábil, que inclui movimentações extraordinárias, o saldo positivo foi de R$ 5,2 bilhões, representando um aumento de 33,33% em relação aos R$ 3,9 bilhões registrados nos primeiros três meses de 2023. Esse resultado contábil incorporou R$ 1,2 bilhão em dividendos da Petrobras, R$ 800 milhões em recuperação de crédito e R$ 500 milhões em arranjos tributários.
A carteira de crédito expandida atingiu R$ 520,4 bilhões, um aumento de 8,64% em comparação com o primeiro trimestre de 2023. O BNDES destacou que houve um aumento significativo nas consultas, aprovações e desembolsos, representando o melhor desempenho da carteira de crédito nos últimos 10 anos. O crédito foi distribuído de forma pulverizada entre os diversos segmentos da economia, com 52,2% das aprovações envolvendo micro, pequenas e médias empresas.
Alexandre Abreu também destacou as mudanças implementadas sob a liderança do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, que assumiu o cargo no início do governo do presidente Lula. Ele ressaltou a tendência de queda da carteira até 2023, quando houve uma recuperação significativa. Mercadante enfatizou o papel histórico do BNDES no financiamento da indústria e mencionou iniciativas para promover investimentos em setores estratégicos, como a indústria automotiva e de ônibus elétricos.