A autodeclaração do candidato ACM Neto (União Brasil) como pardo elevou a temperatura da disputa pelo governo da Bahia nos últimos dias. Favorito na eleição baiana, o ex-prefeito de Salvador incluiu sua identificação racial no registro de candidaturas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), motivando críticas de adversários.
O tema vem pautando as discussões entre eleitores do Estado nas redes sociais. No entanto, ACM Neto já havia se declarado como pardo em 2016, na eleição para a prefeitura de Salvador, no primeiro ano em que o registro racial se tornou obrigatório. Na oportunidade, o herdeiro político da família Magalhães não enfrentou contestações.
Líder nas pesquisas de intenção de voto, ACM Neto tem sido questionado sobre a questão inclusive em entrevistas recentes à imprensa local.
“Eu me considero pardo. Você pode me colocar ao lado de uma pessoa branca, há uma diferença bem grande. Negro, não. Não diria isso, jamais”, afirmou o candidato em entrevista à TV Bahia, em 12 de setembro.
Na mesma entrevista, ao ouvir que os pardos compõem a população negra, segundo critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o candidato reagiu: “Então o erro é do IBGE, não é meu. Simplesmente isso”.
Ao jornal Estado de S. Paulo, ACM Neto negou também que tenha passado recentemente por processo de bronzeamento artificial e disse que a polêmica foi gerada por “desespero dos adversários”.
Em um Estado em que 80% da população se declara como negra, a identificação de ACM Neto junto ao TSE vem sendo explorada por eleitores de adversários. Nas últimas semanas, em paralelo com a polêmica racial, a candidatura de Jerônimo Rodrigues (PT) vem ganhando força em pesquisas de intenção de voto.
ACM Neto foi prefeito de Salvador por dois mandatos, entre 2013 e 2021, e representa uma das famílias mais tradicionais da política do Nordeste. Já Jerônimo Rodrigues é o candidato apoiado pelo atual governador da Bahia, Rui Costa (PT).