O governo federal solicitou à Polícia Federal (PF) que investigue supostas notícias falsas relacionadas à tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul. As postagens foram disseminadas em redes sociais por figuras públicas, incluindo o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o senador Cleitinho (Republicanos-MG) e o influenciador Pablo Marçal.
No pedido, a Secom informa que há ” impacto dessas narrativas na credibilidade das instituições como o Exército, FAB [Força Aérea Brasileira], PRF [Polícia Rodoviária Federal] e Ministérios, que são cruciais na resposta a emergências. A propagação de falsidades pode diminuir a confiança da população nas capacidades de resposta do Estado, prejudicando os esforços de evacuação e resgate em momentos críticos. É fundamental que ações sejam tomadas para proteger a integridade e a eficácia das nossas instituições frente a tais crises”.
O ofício lista onze publicações consideradas fake news, detalhando o número de interações nas redes sociais, bem como a quantidade de seguidores, republicações e comentários relacionados a cada conteúdo.
Especificamente sobre o deputado Eduardo Bolsonaro, a Secom destaca que ele afirmou nas redes sociais que o governo federal demorou quatro dias para enviar reforços à região afetada.
Quanto ao influenciador Pablo Marçal, o documento aponta que ele compartilhou informações desinformativas sobre a atuação do poder público nos desastres ambientais no Rio Grande do Sul. Marçal alegou que a Secretaria da Fazenda do estado estava impedindo a distribuição de doações, incluindo comida e marmitas, e insinuou que a mídia não estava relatando adequadamente os acontecimentos devido ao ano político de 2024.
Além disso, segundo o governo, o Senador Cleitinho (Republicanos-MG) também compartilhou fake news em suas redes sociais. Em um post no Instagram e em outra plataforma, ele acusou a Secretaria do Estado do Rio Grande do Sul de barrar caminhões de doações por falta de nota fiscal, chamando os responsáveis de “canalhas” e pedindo que não atrapalhassem quem estava ajudando.
O ministro pede investigação dos casos citados e de outros que possam ser responsabilizados “para a apuração dos ilícitos ou eventuais crimes relacionados à disseminação de desinformação e individualização de condutas quanto para reforçar a credibilidade e capacidade operacional das nossas instituições em momentos de crise”.
Outro lado
Procurado para comentar o pedido de investigação, o senador Cleitinho informou que não cometeu fake news e apenas divulgou o que os meios de comunicação mostraram, “ou seja, a dificuldade na entrega de doações para o Rio Grande do Sul”. O senador acrescentou: “o objetivo principal do vídeo é divulgar o meu projeto, onde pretendo enviar todo dinheiro do fundo eleitoral para reparação dessa terrível tragédia”.