A Caixa Econômica Federal está se preparando para o retorno triunfante da Lotex, também conhecida como raspadinha, em 2024. O objetivo é que o produto esteja disponível para venda novamente no primeiro semestre do ano.
Segundo informações do Poder360, a estimativa de arrecadação com a nova raspadinha é de R$ 1,5 bilhão a R$ 2 bilhões nos primeiros 24 meses de comercialização exclusiva pela instituição financeira. Carlos Vieira, presidente da Caixa, já havia adiantado essa projeção ao Poder360 em 20 de março.
A avaliação interna da liderança do banco é que essa projeção é conservadora. Dos valores arrecadados, 65% (aproximadamente R$ 1 bilhão) serão destinados ao pagamento total de prêmios. Lucíola Vasconcelos, presidente da Caixa Loterias, afirmou ao Poder360 que o pagamento de prêmios é bastante alto e maior do que o historicamente pago.
A Caixa Loterias, uma subsidiária, será responsável por operar o jogo. O período de exclusividade começa a contar a partir da primeira emissão de bilhetes do produto lotérico, seja em formato físico ou digital.
Em dezembro de 2023, o Ministério da Fazenda autorizou a Caixa Econômica Federal a retomar a Lotex. Os valores das apostas variarão de R$ 2,50 a R$ 20.
Para o bilhete mais barato, os prêmios podem chegar a até R$ 250 mil. O valor máximo de cada jogo pode resultar em pagamentos de até R$ 2 milhões.
Até 2015, quando a raspadinha foi descontinuada, os jogos custavam de R$ 0,50 a R$ 2. O prêmio máximo naquela época era de R$ 600 mil.
Além das casas lotéricas, as apostas também poderão ser feitas virtualmente, com um simulador. Prêmios de até R$ 2.259 poderão ser resgatados nas loterias. Para valores acima disso, o vencedor terá que ir a uma agência da Caixa Econômica.
O Poder360 apurou que o banco está estudando a possibilidade de permitir o resgate também online, para proporcionar maior comodidade ao apostador.
Há também uma parte do jogo voltada para áreas sociais, que receberão 16,7% de tudo o que for arrecadado. Vasconcelos defende que o retorno da raspadinha é importante por destinar parte dos recursos para o social.
A Caixa Loterias planeja tornar o jogo ainda mais atraente, com uma variedade de temas. Datas comemorativas como Dia das Mães, Carnaval e São João, bem como jogos de tabuleiro e modalidades esportivas como futebol, vôlei, basquete e tênis, devem fazer parte do cardápio da nova raspadinha.
A Lotex operou no Brasil dos anos 1960 até 2015, quando foi descontinuada por determinação da CGU (Controladoria Geral da União), que contestou a legalidade da operacionalização. Em 2018, uma nova legislação retomou a modalidade na forma de concessão, por meio de processo licitatório.
Na época, dois leilões foram realizados, mas não atraíram interessados. As exigências foram flexibilizadas e, em 2019, as empresas IGT (International Game Technology) e SG (Scientific Game), em consórcio, venceram a concorrência da primeira concessão da Lotex realizada no país.
O grupo planejou iniciar as operações em 2020, mas desistiu do negócio após considerar que o serviço só seria viável por meio de um contrato de distribuição com a Caixa, que não foi viabilizado.
Em 28 de fevereiro, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva retirou a Lotex do programa de desestatização. A ação foi oficializada por meio do Decreto 11.935, de 2024.