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Os advogados de Fernando Sastre de Andrade Filho, acusado de causar a morte de um motorista de aplicativo em São Paulo ao dirigir embriagado e colidir seu Porsche em alta velocidade, afirmam que ele acatará a decisão que determinou sua prisão preventiva. Eles consideram a decisão “desproporcional” e planejam recorrer. As informações são do Metrópoles.
A defesa de Fernando Sastre de Andrade Filho acolheu com tranquilidade a decisão provisória do Tribunal de Justiça de São Paulo, que ordenou a prisão preventiva, e pretende cumpri-la. No entanto, eles planejam recorrer da decisão, pois acreditam que as 8 medidas cautelares previamente impostas eram mais do que adequadas, tornando a prisão preventiva desproporcional, segundo os advogados Jonas Marzagão, Elizeu Soares de Camargo Neto e João Victor Maciel Gonçalves.
A defesa foi questionada se Fernando Sastre já se entregou. Até as 9h deste sábado (4/5), os advogados não haviam respondido à pergunta.
Na sexta-feira (3/5), o desembargador João Augusto Garcia, da 5ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), atendeu a um pedido do Ministério Público de São Paulo (MPSP) e ordenou a prisão preventiva de Fernando Sastre Filho.
Anteriormente, juízes de primeira instância haviam negado três pedidos de prisão contra Fernando Sastre Filho – duas preventivas e uma temporária.
Ao enviar o empresário para a prisão, o desembargador também revogou outras medidas cautelares que haviam sido impostas, como a proibição de se aproximar de testemunhas, mas manteve a fiança de R$ 500 mil.
Fernando Filho é acusado de homicídio qualificado e lesão corporal gravíssima. O motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, 52, que dirigia um Renault Sandero, morreu logo após a colisão na Avenida Salim Farah Maluf, zona leste de São Paulo, no dia 31 de março.
A outra vítima é o estudante Marcus Vinicius Machado Rocha, 22 anos, que estava no Porsche. Ele fraturou quatro costelas, precisou ser hospitalizado e perdeu o baço.
Apesar de apresentar sinais de embriaguez, Fernando Filho foi autorizado pelos PMs a deixar o local, sem fazer o teste do bafômetro. Os agentes responsáveis pela liberação indevida também estão sendo investigados.
No dia do acidente, câmeras de monitoramento flagraram Fernando Filho dirigindo o Porsche, avaliado em mais de R$ 1 milhão, em altíssima velocidade quando colidiu com a traseira do carro de Ornaldo. O motorista de aplicativo foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu de traumatismo craniencefálico.
Um laudo do Instituto de Criminalística indicou que a velocidade média do Porsche era de 156 km/h. No entanto, quando se apresentou à polícia, mais de 36 horas após o acidente, o empresário afirmou que estava “um pouco acima da velocidade máxima permitida”, que é de 50 km/h.
O amigo que estava no Porsche disse à polícia que Fernando Filho havia consumido álcool antes, contradizendo o depoimento do empresário.
Antes do acidente, os amigos e suas respectivas namoradas foram a um restaurante, onde o grupo consumiu nove drinks, e depois a uma casa de poker, com open bar.
As imagens das câmeras corporais dos PMs que atenderam a ocorrência mostram o momento em que Fernando Filho é liberado do local do acidente com a mãe, sob a justificativa de que iria procurar atendimento médico.
Na denúncia, a promotora indica que a liberação foi feita “indevidamente” e sugere que a Justiça Militar investigue um possível caso de corrupção passiva da policial envolvida.
Segundo o MPSP, a policial teria “cedido a pedido” da mãe de Fernando e “liberado o responsável [pelo acidente] em estado de flagrância”, para que ele fosse ao hospital, “sem escolta ou vigilância”.
As imagens também mostram que os policiais estavam sem bafômetro – o uso do equipamento, no entanto, não seria o único recurso para constatar a suposta embriaguez do empresário. Nesse ponto, até o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) declarou que a equipe falhou.
A conduta dos PMs que liberaram a saída de Fernando está sendo investigada pela corporação. A Polícia Civil também está investigando a situação, a pedido da Justiça.