A agência de classificação de riscos Moody’s destacou nesta quarta-feira (1º de maio de 2024) que a economia brasileira apresenta uma “solidez fiscal fraca” e é “sensível” devido ao alto endividamento do país e à capacidade limitada de pagamento das dívidas.
O comunicado também apontou que o peso da dívida deve aumentar até 2024-25 antes de começar a se estabilizar nos anos seguintes.
O atual índice do Brasil é Ba2, o que indica um risco maior para investidores estrangeiros. O grau de investimento brasileiro permanece o mesmo desde 2016.
A classificação Ba2 reflete a solidez fiscal relativamente fraca do Brasil, considerando a rigidez dos gastos, o alto endividamento e a capacidade limitada de pagamento da dívida, que permanece sensível a choques econômicos ou financeiros.
Essa nota é usada por investidores para avaliar a segurança de aplicações financeiras em países. Quando a nota é baixa, indica maior risco, o que pode resultar em juros mais altos.
Apesar de manter a nota brasileira em Ba2, a Moody’s alterou a perspectiva de “estável” para “positiva”. Segundo o Tesouro Nacional, essa é a primeira mudança da Moody’s desde 2018, quando a perspectiva passou de negativa para estável.
Essa mudança reforça a melhoria na trajetória da nota de crédito verificada desde 2023, com a elevação do rating pela Standard & Poor’s e pela Fitch. Essas três instituições são as agências de risco mais conceituadas do mercado.
O grau de investimento atesta que os países não correm risco de dar calote na dívida pública. Abaixo dessa categoria está o grau especulativo, com maior probabilidade de inadimplência à medida que a nota diminui.
As notas de crédito também servem como referência para os juros dos títulos públicos, representando o custo para o governo obter empréstimos dos investidores.
Nas redes sociais, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a revisão da Moody’s reconhece a melhora nas perspectivas econômicas do Brasil.
Ao manter o rating Ba2, a Moody´s indica riscos diante do nível elevado de endividamento do Brasil. A agência destacou a importância da manutenção da credibilidade do novo marco fiscal para a “redução das incertezas a respeito da trajetória fiscal”.