Reprodução/Vivara
O Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo determinou que a rede de joias Vivara pague uma indenização de R$ 10 mil a uma analista de recrutamento e seleção por estabelecer padrões de gênero e aparência durante os processos de contratação.
Segundo a ação, o fundador da Vivara exigia que as mulheres contratadas fossem magras, de cabelos longos e lisos, sem tatuagens e piercings, para trabalhar no atendimento ao público. A analista de recrutamento afirmou que era obrigada a seguir esses critérios de beleza para selecionar as candidatas.
Além disso, de acordo com a autora da ação, apenas mulheres deveriam ser contratadas para evitar relacionamentos amorosos no ambiente de trabalho e gravidez.
Uma testemunha afirmou que esses critérios de contratação eram transmitidos verbalmente.
Na decisão, a juíza Yara Campos Souto considerou que a Vivara objetificou o corpo feminino e impôs padrões de beleza. Para a magistrada, a prática de contratar apenas mulheres, aparentemente benéfica para o gênero, revela, neste caso específico, um comportamento machista e discriminatório.
Yara Campos Souto também destacou que a empresa impôs critérios discriminatórios e ilegais à funcionária, violando sua dignidade e integridade.
Consequentemente, a juíza determinou que a Vivara pague uma indenização de R$ 10 mil por danos morais à analista de recrutamento e seleção. A decisão ainda pode ser contestada por recurso.
Até o momento, a Vivara não se pronunciou sobre o assunto quando procurada pelo Metrópoles. O espaço permanece aberto para eventuais manifestações da empresa.