Ex-governador nunca chegou ao mês setembro com um percentual tão baixo quanto este ano, mostra levantamento do Pulso
O ex-governador Ciro Gomes (PDT) tem este ano a sua pior performance em uma disputa presidencial. Levantamento do Pulso com base em pesquisas feitas a esta altura da disputa eleitoral nos anos de 1998, 2002 e 2018 — quando Ciro também foi candidato ao Planalto — mostra que o ex-ministro de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nunca teve um percentual tão baixo quanto agora. No último levantamento do Ipec (ex-Ibope), o pedetista aparece com 7% de intenção de voto.
Em 1998, quando foi candidato à Presidência pela primeira vez, Ciro era citado por 9% do eleitorado brasileiro em pesquisa realizada pelo Ibope no dia 18 de setembro. Na eleição seguinte, em 2002, quando também disputava contra Lula, ele aparecia com 12% da preferência do eleitorado em levantamento realizado no dia 16 de setembro. No último pleito, protagonizado por Jair Bolsonaro (PL) e Fernando Haddad (PT), o desempenho foi igual: 12% no Ipec do dia 20 do mesmo mês.
A piora no desempenho de Ciro ocorre numa campanha em que ele intensificou os ataques à esquerda e a Lula. A estratégia, até agora, não rendeu bons dividendos eleitorais. Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta terça-feira mostra que o pedetista atingiu o mesmo patamar de rejeição de Bolsonaro. Mais da metade dos eleitores se recusam a votar em Ciro e no presidente da República.
Também atrapalha uma virada quase que milagrosa o fato de 51% dos eleitores de Ciro admitirem mudar de voto, segundo a Quaest. Um terço dos adeptos à sua candidatura afirmam, ainda, que mudariam de escolha para Lula vencer no 1º turno.
Nesta semana, cresceu o movimento entre petistas — e até quadros do PDT — pelo voto útil em Lula. Um manifesto chamado “Trabalhistas pela Democracia: o voto necessário”, organizado por Gabriel Cassiano, ex-aliado de Ciro, já reúne 61 assinaturas até o fim da tarde desta quarta-feira. Entre os que aderiram ao texto estão Jairo Moura Jr., fundador do PDT em São Paulo, e André Luan Nunes Macedo, ex-diretor de formação da Fundação Leonel Brizola em Minas Gerais.