Policiais militares suspeitos de agr3d1r e t0rtur4r um colega de farda durante o curso de formação do Batalhão de Choque foram presos no Distrito Federal. A medida foi tomada após Danilo Martins, de 34 anos, denunciar que foi agr3d1do por um grupo de soldados da PMDF. As agressões tiveram início quando ele se recusou a desistir da formação.
O promotor de Justiça Flávio Milhomem, da 3ª Promotoria de Justiça Militar do Distrito Federal, entrou com pedido de medidas cautelares e prisão dos militares que integravam o curso de Patamo. A juíza deferiu os pedidos, e os mandados de prisão e busca e apreensão estão sendo cumpridos. Além disso, foram solicitadas a apreensão de celulares, a suspensão do curso durante a investigação e o afastamento cautelar do comandante do Batalhão de Choque.
Segundo o depoimento de Danilo, o coordenador do curso o retirou no momento da apresentação dos uniformes e itens do curso, afirmando que ele não formaria e que faria de tudo para que ele desistisse. As t0rtur4s e agr3ssões começaram, incluindo xingamentos, gás lacrimogênio nos olhos e espancamento. Danilo optou por desistir do curso após as humilhações.
As agr3ssões duraram cerca de oito horas, resultando em graves consequências para Danilo. Ele foi internado na UTI com quadro de rabdomiólise grave, lesão cerebral, fotofobia e dor intensa na lombar. A situação é alarmante, e espera-se que o Ministério Público possa oferecer denúncia e pedido de ação penal após a finalização do inquérito policial militar
O que diz a PMDF
Segundo o depoimento, Danilo identificou o tenente responsável pelo curso como Marco Teixeira. Procurada, a PMDF informou, por meio de nota, que durante as atividades do curso de Patrulhamento Tático Móvel, no dia 22 de abril, um aluno solicitou desligamento após passar pela etapa inicial da formação e exercícios físicos previstos.
“Apesar de sair do batalhão alegando que estava bem, o referido aluno procurou atendimento hospitalar apresentando quadro compatível com rabdomiólise e alegando ter sido agr3d1do.”
A Corregedoria da PMDF já instaurou Inquérito Policial Militar para apurar o caso, que já está sendo acompanhado pelo Ministério Público. “O coordenador do curso solicitou o seu desligamento voluntário para que as apurações transcorram da forma mais transparente possível. Continuamos à disposição para esclarecimentos posteriores”, completa a nota.