Foto: Reprodução/REUTERS/Rodrigo Urzagasti.
Os fornecedores de combustível de aviação em Buenos Aires se recusaram nesta semana a vender o produto à companhia aérea estatal Cubana, citando preocupações com as sanções dos Estados Unidos sobre a ilha caribenha, o que levou ao cancelamento imediato de voos, afirmou a empresa com sede em Havana na quarta-feira. As informações são do UOL Notícias.
A Cubana de Aviación S.A., que opera voos dentro de Cuba e para diversos destinos internacionais, relatou que teve que cancelar viagens nos dias 23 e 24 de abril, além de outros voos contratados por parceiras, obrigando a remarcação das passagens ou reembolso aos clientes.
“Essa decisão ocorre devido à recusa dos fornecedores de combustível de aviação da República da Argentina em fornecer o serviço para a companhia aérea, alegando as disposições do bloqueio dos Estados Unidos contra Cuba”, afirmou a empresa.
O Ministério das Relações Exteriores da Argentina e o Gabinete da Presidência não responderam imediatamente aos pedidos da Reuters para comentar o assunto.
O embargo comercial dos EUA contra Cuba foi imposto após a revolução de 1959, liderada por Fidel Castro. As leis e regulamentações norte-americanas dificultam transações financeiras e a aquisição de bens e serviços pelo governo cubano, aumentando os riscos para as empresas estrangeiras que fazem negócios com a ilha.
Apesar das sanções, os voos da Cubana entre Havana e Buenos Aires, que existem há muito tempo, ocorreram sem grandes problemas durante o governo do ex-presidente esquerdista Alberto Fernández, que manteve proximidade com Cuba. No entanto, o atual presidente, Javier Milei, um libertário de extrema-direita que assumiu o cargo em 10 de dezembro, é pró-EUA e adota uma postura mais fria em relação a parcerias comerciais com governos esquerdistas, incluindo Brasil e China. Cuba tem se mantido em silêncio sobre as relações desde a eleição de Milei.