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À medida que o mundo se prepara para enfrentar novas incertezas globais, o Brasil testemunha uma queda em seu poder militar, o que levanta questionamentos sobre os alicerces de sua segurança. O alerta vem de altos oficiais das Forças Armadas brasileiras, que compareceram ao Congresso Nacional em busca de mais recursos para a defesa, ressaltando que o país está ficando para trás em relação aos seus vizinhos sul-americanos em termos de investimento militar.
Durante sua apresentação no Congresso, o ministro da Defesa, José Múcio, chamou a atenção para um fato preocupante: o Brasil figura entre os países da América do Sul que menos investem em defesa, proporcionalmente ao seu Produto Interno Bruto (PIB). Enquanto nações como Colômbia, Equador, Uruguai, Chile e Bolívia superam o Brasil com investimentos que ultrapassam 1,1% do PIB, o Brasil destina apenas cerca de 1,1%, revelando uma disparidade significativa que representa uma ameaça à segurança nacional.
Para abordar essa lacuna, está em consideração a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 55223), apresentada pelo Senador Carlos Portinho. A PEC tem como objetivo aumentar os gastos com defesa nacional em 0,1% ao ano até atingir uma taxa mínima de 2% do PIB. Essa medida é vista como crucial para que o Brasil esteja preparado para enfrentar desafios atuais e futuros, garantindo sua soberania.
Apesar da preocupação com os baixos gastos, há quem argumente que o atual orçamento de defesa é adequado para um país que não está em guerra nem enfrenta perspectivas iminentes de conflito. Guilherme Frizera, doutor em relações internacionais pela Universidade de Brasília, sugere que o montante atual, que atingiu 126 bilhões este ano, é suficiente considerando o contexto econômico do Brasil. No entanto, críticas surgem quando incidentes como o aumento da tensão na fronteira com a Guiana são lembrados, destacando a falta de preparo para emergências.
O Brasil está envolvido em vários programas de investimento sérios, como o programa de forças blindadas do exército, o programa de desenvolvimento de submarinos da Marinha e o desenvolvimento dos caças F-39 Gripen pela Aeronáutica. Apesar desses avanços, especialistas como André Carvalho, doutorando em ciências militares, apontam que o Brasil ainda precisa investir mais, especialmente em defesa aérea, para não ficar atrás de países com PIB menor, como a Venezuela, que possui sistemas antiaéreos avançados.
O Brasil enfrenta um momento crítico em termos de defesa nacional. Com a possibilidade de aumento nos gastos militares através da PEC proposta, o país tem a chance de reforçar suas capacidades e garantir um lugar de respeito no cenário de segurança global. A decisão de investir mais em defesa não é apenas uma questão de manter a paridade com os vizinhos, mas uma necessidade urgente para garantir a proteção e o futuro do Brasil.