O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sancionou um projeto de lei nesta quarta-feira (24) que exige que o TikTok, administrado pela empresa chinesa ByteDance, tenha um novo proprietário nos EUA. A ByteDance terá 270 dias para encontrar um comprador para as operações do TikTok no país, com a possibilidade de renovar esse prazo por mais 90 dias. Caso contrário, a rede social será forçada a sair do mercado americano.
As autoridades dos EUA alegam que o TikTok coleta dados confidenciais de americanos, representando um risco à segurança nacional. O país teme que a China possa usar as informações de mais de 170 milhões de usuários americanos da plataforma para atividades de espionagem. No entanto, o TikTok nega essas acusações.
No sábado (20), a Câmara dos Estados Unidos aprovou uma nova versão da lei por 360 votos a 58. O novo texto concedia mais tempo para o TikTok encontrar um comprador. O Senado deu aval para o projeto de lei na noite de terça-feira (23), e a sanção de Biden era a etapa final para sua validação.
Se a ByteDance não cumprir a decisão americana e não encontrar um comprador, as grandes empresas de tecnologia, como Apple e Google, terão que remover o TikTok de suas lojas de aplicativos, App Store e Play Store, respectivamente.
O presidente-executivo do TikTok, Shou Zi Chew, afirmou que a empresa espera vencer uma contestação judicial contra a legislação após a sanção de Biden.
O TikTok está sob escrutínio das autoridades americanas desde o governo Trump. Em 2020, o então presidente tentou impedir que novos usuários baixassem o TikTok e planejava banir suas operações, mas perdeu várias batalhas judiciais sobre o assunto. Além do TikTok, o bloqueio também incluiu o WeChat, uma espécie de “WhatsApp” chinês.
A ByteDance negou as acusações de Trump, afirmando que armazena os dados dos usuários norte-americanos fora da China, nos EUA e em Singapura. Em 2021, Joe Biden assinou uma ordem executiva revertendo a decisão de seu antecessor de banir o TikTok e o WeChat, mas determinou que o Departamento de Comércio dos EUA investigasse como os aplicativos lidam com os dados dos usuários.
Em entrevista à CNBC, Trump mudou seu discurso sobre o TikTok, afirmando que ainda considera a plataforma uma ameaça à segurança nacional. No entanto, ele acredita que os “jovens podem enlouquecer” com o banimento. Segundo ele, a decisão só beneficiará a Meta, dona do Facebook e do Instagram, que, para o ex-presidente, é uma empresa “inimiga do povo”.