O setor de saúde suplementar no Brasil, que inclui operadoras de planos de saúde médico-hospitalares, planos odontológicos e administradoras de benefícios, registrou um lucro líquido de R$ 2,98 bilhões em 2023. Essa cifra representa uma recuperação significativa em comparação com o lucro líquido de R$ 606 milhões registrado em 2022. De acordo com os dados divulgados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), 73,9% das 705 operadoras de planos de saúde médico-hospitalares tiveram lucro no último ano, com destaque para o desempenho positivo das empresas de médio porte, classificadas entre 20 mil e cem mil usuários.
Jorge Aquino, diretor de Normas e Habilitação das Operadoras da ANS, ressalta que o resultado superou as expectativas. Ele observa que o prejuízo operacional das empresas de planos de saúde médico-hospitalares foi reduzido pela metade: em 2023, o resultado negativo foi de R$ 5,9 bilhões, em comparação com o prejuízo de R$ 10,7 bilhões no ano anterior. O lucro líquido do setor foi impulsionado, mais uma vez, pelo resultado financeiro, que saltou de R$ 9,7 bilhões em 2022 para R$ 11,2 bilhões no ano passado.
“Se olharmos a série histórica de 2007 a 2023, vamos observar que o resultado operacional do setor sempre tendeu a zero ou negativo. São poucos os anos em que o resultado se deslocada dessa linha. O que mostram os dados financeiros do setor de 2023 é sem dúvida uma curva de recuperação. Uma das provas é o fato de que em cinco anos, entre 2018 e 2023, o volume de recursos e ativos financeiros do setor praticamente duplicou, de R$ 59 bilhões para R$ 113,3 bilhões. Não há como não reconhecer o fortíssimo resultado econômico financeiro desse setor.”, destaca Aquino.
Vale mencionar que, mais uma vez, os resultados gerais do setor foram impactados negativamente pelo desempenho ruim da Amil, que registrou um prejuízo de R$ 4 bilhões, e da Unimed-Rio, com um resultado negativo de R$ 1 bilhão. No caso da Amil, um evento isolado relacionado a baixas tributárias de R$ 2 bilhões contribuiu para esse cenário. No entanto, excluindo esses resultados atípicos, o prejuízo operacional do setor como um todo ficaria próximo de zero, e o lucro líquido da saúde suplementar seria de aproximadamente R$ 7 bilhões, conforme os dados fornecidos pela ANS.