Recuo das expectativas de alta do índice oficial de preços surge em linha com as deflações motivadas pelo corte de impostos sobre os combustíveis e a energia elétrica
Segundo avaliações apresentadas nesta segunda-feira (19) pelo BC (Banco Central), os analistas do mercado financeiro reduziram, pela 12ª semana consecutiva, as expectativas para a inflação deste ano.
Com a atualização, a previsão atual é que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) encerre 2022 em 6%, ante alta prevista de 6,4%. Há quatro semanas, a expectativa era de um salto de 6,82% nos 12 meses finalizados em dezembro.
As previsões de alta menor dos preços surgem em linha com a redução da alíquota do ICMS sobre a gasolina e a energia elétrica nos estados — após o governo federal ter zerado o PIS/Cofins sobre a gasolina e o etanol até o fim deste ano.
Mesmo menores, as novas expectativas ainda mostram que a inflação oficial chegará ao fim deste ano acima da meta estabelecida pelo governo para o período, de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto (de 2% a 5%).
O próprio BC já admite que o índice oficial de preços vai furar o teto da meta preestabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) pelo segundo ano seguido, conforme dados apresentados na última edição do RTI (Relatório Trimestral de Inflação). De acordo com o documento, não há possibilidade de a inflação ficar dentro do teto da meta em 2022.
O novo furo do teto da meta também é previsto pelo governo federal, que, na semana passada, revisou para 6,3% a expectativa de inflação para este ano, conforme projeções apresentadas pelo Boletim Macrofiscal, do Ministério da Economia.
Para 2023, a previsão para o índice oficial de preços caiu pela quinta vez seguida, de 5,17% para 5,01%, aposta ainda acima da meta definida para o ano que vem. Já para 2024, as expectativas para o IPCA subiram pela terceira semana, de 3,47% para 3,5%.
Juntamente com as novas projeções, a aposta na cotação do dólar na chegada de 2023 segue em R$ 5,20. Para os preços administrados, tais como energia e combustíveis e planos de saúde, a expectativa caiu pela 17ª semana e passou para uma queda estimada em 4,16% neste ano. Há quatro semanas, a previsão já estava no campo negativo (-1,8%), já motivada pelo corte de impostos.