A operadora da usina nuclear Isar 2, situada na Alemanha, emitiu um aviso de vazamento no local nesta segunda-feira, 19. O Ministério do Meio Ambiente informou que o incidente não comprometeu a segurança, mas que a paralisação da instalação para reparos pode complicar o plano de energia durante o inverno no país.
A instalação, situada no estado da Baviera, no sul do país, estava programada para ser desativada no final do ano sob o plano da Alemanha de eliminar gradualmente a energia nuclear, anunciado em 2011.
No entanto, a guerra na Ucrânia e a subsequente queda nas importações de energia da Rússia levaram a uma mudança de política. A nova estratégia adotada pelo governo alemã era estender as operações de duas das três usinas nucleares do país em 2023.
Apesar do vazamento, a PreussenElektra, subsidiária do grupo E.ON, um dos maiores operadores de redes de energia da Europa, disse que o reator da usina pode continuar funcionando até a data planejada de desligamento. Contudo, a empresa indicou que seria necessário a paralisação de uma semana para manutenção em outubro, caso o governo decidisse manter a fábrica operando após dezembro deste ano.
O Ministério do Meio Ambiente informou que está examinando a situação junto ao Ministério da Economia e estima a possibilidade de implementação de planos de reserva de energia.
Em julho, Berlim anunciou novas medidas para reduzir seu consumo de energia diante das ameaças da Rússia de corte no fornecimento de gás aos países europeus. Temendo um corte total do insumo, cidades alemãs passaram a racionar gastos com iluminação pública e climatização de ambientes.
O embaixador da Alemanha no Reino Unido, Miguel Berger, reconheceu no fim de agosto, o risco de que o apoio dos europeus à Ucrânia diminua durante o inverno do hemisfério sul, à medida que a crise de energia se intensifica no país.