Na manhã desta terça-feira (16), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) da Polícia Militar e Ministério Público de São Paulo deflagraram a Operação Munditia, que resultou na prisão de três vereadores e um advogado. O objetivo da operação é desarticular um grupo criminoso supostamente ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), que está sendo investigado por envolvimento em fraudes em licitações públicas em diversas cidades do estado.
O vereador Ricardo Queixão (PSD), de Cubatão, no litoral sul de São Paulo, é um dos presos confirmados pela CNN. A assessoria do parlamentar foi contatada para obter mais informações.
A Câmara Municipal de Cubatão divulgou uma nota informando que está ciente da operação e está colaborando com as equipes de investigação, fornecendo todos os documentos solicitados pelas autoridades.
Além de Ricardo Queixão, outros dois vereadores, um de Ferraz de Vasconcelos e outro de Santa Isabel, na região metropolitana de São Paulo, também foram presos, mas suas identidades ainda não foram confirmadas. Além dos políticos, um advogado também está entre os detidos. No total, há 11 mandados de prisão temporária a serem cumpridos como parte da operação.
As equipes da Polícia Militar e do Gaeco estão executando 42 mandados de busca e apreensão, incluindo prédios públicos, como as prefeituras de Guararema, Poá e Itatiba, além das prefeituras e Câmaras de Vereadores de Ferraz de Vasconcelos, Santa Isabel, Arujá e Cubatão.
Também estão sendo cumpridos mandados em 21 residências e 10 prédios comerciais. Durante as buscas, foram apreendidas armas, munições, relógios de luxo e dinheiro em espécie.
Estão sob investigação contratos nas cidades de Guarulhos, São Paulo, Ferraz de Vasconcelos, Cubatão, Arujá, Santa Isabel, Poá, Jaguariúna, Guarujá, Sorocaba, Buri e Itatiba. A operação mira suspeitos de ter ligações com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) para fraudar inúmeras licitações em todo o estado.
A investigação apontou que a estrutura criminosa simulava concorrência pública com empresas parceiras ou de um mesmo grupo econômico. Também há indicativos da corrupção sistemática de agentes públicos e políticos e diversos outros delitos – como fraudes documentais e lavagem de dinheiro.
As empresas do grupo têm contratos públicos que somam mais de R$ 200 milhões nos últimos anos. Segundo a investigação, a facção Primeiro Comando da Capital tinha influência na escolha dos ganhadores de licitações.