Fátima Bezerra já tinha como certa sua vitória no primeiro turno. Ela desdenhou dos demais candidatos e passou a não ir para os debates, sabatinas e entrevistas, um poço de soberba e orgulho que se deu até agora nas eleições 2022, com uma fortuna de 7,1 milhões de reais para gastar. A petista não deu nem cabimento para os eleitores, retirou o seu fiel vice Antenor e foi fazendo sua chapa com antigos adversários para com isso fazer um jogo político que deixou sua verdadeira base de fora. Jean Paul Prates foi escanteado e no lugar dele veio Carlos Eduardo Alves, um político que achincalhava a Governadora em um passado recente, mas tudo indica que seu plano está indo por água a baixo.
A Governadora confiou que não teria um adversário para polarizar, quem sempre aparecia em segundo lugar era o senador Styvenson Valentim, um político polêmico que se diz diferente de todos. Eleito na onda Bolsonaro, ele passou a ser opositor das pautas do presidente, inclusive as identitárias. Mais soberbo do que Fátima, porém sem tempo de televisão e sem vontade de levantar do sofá para fazer campanha, deixou transparecer um ar de deboche aos eleitores potiguares.
Já Fábio Dantas, que foi massacrado quando se lançou candidato, tanto pela esquerda como por um grupo que queria ser o nome eleito pela direita potiguar para disputar a vaga ao governo, não revidou com agressividade. Sempre com paciência, rebateu cada ilação. Com seu jeito educado e técnico, foi ganhando a confiança do eleitorado de centro e do bolsonarismo norte-rio-grandense, avalizado por Rogério Marinho, ao qual conhece há 30 anos, passou a ser abraçado pelo eleitor que não quer Fátima de jeito nenhum.
No último dia 14, Bolsonaro desembarcou no estado e pediu nominalmente o voto para Fábio Dantas. Imediatamente a popularidade de Fábio nas pesquisas que estava estagnada passou a crescer. Em 4 dias, já está em segundo lugar no empate técnico com o senador Styvenson, que quer no fundo voltar para Brasília e terminar seu mandato, tudo indica que dessa vez deverá repensar a forma de atuar no parlamento e poderá ser um aliado de Fábio Dantas já no segundo turno da disputa para governo. O futuro é promissor para o RN: o estado poderá ter Rogério Marinho no Senado, Fábio Dantas no governo e Styvenson reforçando o trio em Brasília para trazer recursos e mudar o RN, mas tudo isso depende de haver segundo turno, o que parece estar próximo de se consolidar.