Pesquisadores identificaram três fatores de risco evitáveis que podem levar à demência, uma condição que afeta cerca de 1,76 milhão de brasileiros e é caracterizada pela perda de memória e outras funções cognitivas.
Ao analisar 161 comportamentos ou doenças, os cientistas descobriram que certos fatores têm um impacto significativo nas “áreas vulneráveis” do cérebro, associadas a doenças como Alzheimer e esquizofrenia.
O estudo, que envolveu cerca de 40.000 britânicos, apontou que diabetes, poluição do ar e consumo de álcool são os principais fatores de risco para a demência.
A pesquisa, liderada pela professora Gwenaelle Douaud da Universidade de Oxford (EUA), revelou que determinadas áreas do cérebro degeneram prematuramente com o envelhecimento.
Especificamente, diabetes, poluição do ar relacionada ao trânsito e consumo de álcool aumentam a vulnerabilidade à degeneração dessas regiões cerebrais.
“Identificamos que várias variações genômicas afetam essa rede cerebral e estão associadas a mortes cardiovasculares, esquizofrenia, doenças de Alzheimer e Parkinson”, disse Douaud.
Quais os primeiros sinais de demência?
Os primeiros indícios de demência geralmente incluem uma redução na memória e na capacidade cognitiva, também conhecida como Comprometimento Cognitivo Leve (CCL).
Segundo a Alzheimer’s Research UK, aproximadamente 20% dos indivíduos com mais de 65 anos têm CCL, e 10% desses casos evoluem para demência.
Ao contrário dos pacientes com demência, aqueles com CCL ainda conseguem realizar tarefas cotidianas, mas podem perceber problemas de memória e atenção, desorientação, dificuldades de raciocínio e mudanças de humor e comportamento.
Outros sintomas de demência podem incluir confusão mental, comportamento inquieto ou alucinações e incapacidade de realizar atividades rotineiras.
Estratégias para a saúde cerebral
- Evitar o tabagismo;
- Manter-se fisicamente ativo;
- Manter-se mental e socialmente engajado;
- Adotar uma dieta equilibrada;
- Limitar a ingestão de álcool;
- Fazer exames de audição regularmente;
- Finalmente, monitorar a pressão arterial, os níveis de açúcar no sangue e o colesterol.
A doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência, está associada ao acúmulo de proteínas no cérebro. Atualmente, não há cura, mas existem medicamentos promissores em teste que têm como objetivo retardar seu avanço.
Afinal, como diminuir os riscos de demência?
A pesquisa sugere que a alteração de fatores que causam demência, como diabetes, poluição atmosférica e consumo excessivo de álcool, pode diminuir a chance de desenvolver essa condição.
Além das orientações para manter a saúde cerebral, é crucial adotar uma estratégia completa e holística para a saúde em geral.
O estudo oferece perspectivas importantes sobre como as intervenções destinadas a alterar esses fatores de risco podem potencialmente manter a saúde do cérebro e evitar o surgimento de doenças neurodegenerativas em fases mais avançadas da vida.