A Polícia Federal está investigando se os fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró tinham planos de se refugiar na Bolívia, escoltados por membros do Comando Vermelho. Acredita-se que a dupla pretendia permanecer em território estrangeiro até que fosse seguro retornar ao Brasil e continuar a cometer crimes sob as ordens da facção. As informações são do Metrópoles.
Traficantes do Morro do Alemão, no Rio de Janeiro, foram responsáveis por planejar a rota de fuga de Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, fornecendo-lhes abrigo, comida, transporte, escolta e dinheiro. Nos primeiros dias de fuga, os fugitivos até receberam um Pix de R$ 5 mil de um criminoso do Rio de Janeiro. As investigações indicam que criminosos do Norte e Nordeste foram instruídos a prestar todo o apoio necessário a Rogério e Deibson.
A prisão dos dois fugitivos ocorreu na cidade de Marabá, no Pará, após uma investigação da PF no âmbito da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), com o apoio da PRF. As ações de inteligência indicaram que a dupla havia conseguido chegar à Região Metropolitana de Belém e planejava deixar o país.
Na quinta-feira (4/4), a PF identificou que um comboio com três veículos estava transportando os fugitivos pela estrada de Belém a Marabá. Diante disso, os policiais federais interceptaram os veículos na ponte sobre o Rio Tocantins.
Além dos dois fugitivos, mais quatro pessoas foram detidas, suspeitas de fazerem parte da rede de apoio aos criminosos. A polícia também apreendeu um fuzil calibre 5,56mm, os veículos e os celulares. O local da prisão fica a 1.600 quilômetros de Mossoró.
Os fugitivos foram levados à delegacia de Polícia Federal em Marabá e transferidos na madrugada de sexta-feira (5/4) para a Penitenciária Federal de Mossoró. Os outros presos foram encaminhados ao sistema penitenciário do Pará.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, destacou na quinta-feira que a unidade de Mossoró foi totalmente reformulada em termos de equipamentos de segurança. Os detentos ficarão separados e serão realizadas vistorias diárias.
As investigações da Polícia Federal continuam para esclarecer as circunstâncias da fuga e identificar todos os envolvidos na rede de apoio.
A fuga marcou a primeira crise desde que o ministro Ricardo Lewandowski assumiu o Ministério da Justiça e Segurança Pública. A prisão alivia parte da pressão sobre o ministério e as forças de segurança, mas serve como um alerta, especialmente por ser a primeira fuga registrada nas prisões federais do Brasil.
Deibson e Rogério escaparam da prisão de segurança máxima por volta das 3h30 de 14 de fevereiro. Após 51 dias de buscas, envolvendo centenas de agentes de segurança, a dupla foi presa na tarde de quinta-feira (4/4), na BR-222, perto de Marabá, no Pará.