Na terça-feira (02/04), o senador Sergio Moro (União-PR), ex-juiz da Lava-Jato, foi recebido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, em seu gabinete para uma reunião. Mendes, um crítico ferrenho da operação Lava-Jato, tem sido vocal sobre suas objeções à forma como Moro conduziu as investigações.
A “Folha de S.Paulo” revelou que a reunião foi solicitada por Moro para estabelecer um “canal de diálogo” com Mendes. A reunião ocorreu durante o julgamento em andamento no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) que pode resultar na cassação do mandato de Moro.
De acordo com o Valor, a conversa, que durou aproximadamente uma hora e meia, foi marcada por momentos de desconforto. O senador Wellington Fagundes (PL-MT), um “amigo em comum”, intermediou o encontro.
Moro manteve uma postura calma durante a reunião, ouvindo mais do que falando. Ele afirmou a Mendes que nunca teve a intenção de prejudicar o STF e que sempre respeitou seus ministros.
Mendes, o membro mais antigo do STF, destacou a ironia de Moro e seus colegas da Lava-Jato tentando “destruir a política”, enquanto agora o senador precisa dela para manter seu cargo.
Mendes também sugeriu que Moro deveria usar seu tempo no Senado para “aprender mais” com a experiência de seus colegas.
Apesar de suas frequentes disputas, Mendes e Moro se encontraram poucas vezes. O último encontro ocorreu em 2019, quando Moro, então Ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro, participou de um evento em Lisboa, promovido pelo IDP, uma instituição educacional associada a Mendes.
