Fernando Sastre de Andrade Filho, um empresário de 24 anos, sócio de uma empresa de construção e ex-aluno de engenharia de uma universidade privada em São Paulo, era o condutor do Porsche avaliado em mais de R$ 1 milhão que colidiu com um carro, resultando na morte de Ornaldo da Silva Viana, um motorista de aplicativo.
O incidente aconteceu na Avenida Salim Farah Maluf, localizada na Zona Leste, e foi registrado por câmeras de segurança.
O veículo, um Porsche 911 Carrera GTS azul do ano de 2023, conduzido por Fernando, tem um valor estimado de R$ 1,3 milhão segundo a tabela da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Este carro tem a capacidade de alcançar velocidades superiores a 300 km/h e pode acelerar de 0 a 100 km/h em aproximadamente 3 segundos.
O automóvel de luxo ficou parcialmente destruído no acidente e não tem seguro. Ele pertence à empresa da família do motorista, a F. Andrade, de propriedade de seu pai, Fernando Sastre de Andrade. Ela atua no comércio de materiais para construção, segundo a Receita Federal. A empresa distribui ferro e aço para a construção civil.
O Renault Sandero branco EXP, ano 2017, guiado por Ornaldo, custava em torno de R$ 40 mil. Ele chegou a ser socorrido por uma ambulância dos Bombeiros, mas não resistiu e morreu no Hospital Municipal do Tatuapé. Tinha 52 anos e dirigia o veículo sozinho. Seu automóvel teve a traseira completamente destruída depois de ter sido atingido pelo Porsche.
Fernando disse em seu interrogatório à Polícia Civil que saía de uma casa de pôquer com um amigo e que trafegava “um pouco acima do limite” de 50 km/h para a via quando ocorreu o acidente. O empresário não soube dizer aos policiais qual era a velocidade em que estava.
Fernando tem seu nome citado no quadro de sócios de uma das empresas da sua família, a incorporadora Sastre Empreendimentos Imobiliários. Ele também aparece como único sócio da FF Andrade Serviços Administrativos.
Há cinco anos, Fernando foi aprovado em uma universidade privada da capital paulista, o Mackenzie, onde cursou engenharia civil por algum tempo. Segundo a instituição de ensino, ele não está matriculado lá desde 2021.
Indiciamento em três crimes
Fernando foi acusado pela polícia e responderá em liberdade pelos delitos de homicídio por dolo eventual (quando se assume o risco de matar), lesão corporal e evasão do local do acidente.
Seus advogados, de um escritório privado, emitiram uma nota à imprensa declarando que seu cliente não havia consumido álcool e que o acidente foi uma “fatalidade”.
Durante seu depoimento na delegacia, o empresário relatou aos oficiais que chegou a um clube de pôquer na Rua Marechal Barbacena, no Tatuapé, com um amigo de 22 anos, por volta das 23h de sábado. Ele também mencionou que seu amigo consumiu álcool, mas não estava ao volante. Posteriormente, ele e o amigo permaneceram no local até as 2h de domingo. Depois disso, eles se retiraram.
No trajeto para levar o amigo para a casa dele, Fernando relatou que trafegava com seu Porsche pela Avenida Salim Farah Maluf, no sentido à Radial Leste, quando “viu a luz de freio de um veículo à frente acender e ao tentar desviar”, colidiu com ele.
Fernando Sastre Filho responderá pela morte de Ornaldo Viana — Foto: Reprodução/Redes sociais
Fernando, além de refutar a alegação de que havia ingerido álcool, afirmou que não estava dirigindo sob o efeito de substâncias ilícitas. Ele relatou que só recuperou a consciência quando despertou deitado na via, e que viu seu tio e sua mãe presentes no local.
O empresário também contestou a afirmação da Polícia Militar de que teria abandonado o local do acidente com sua mãe. Ele declarou que foi o “último a sair do local com sua mãe” e que seu amigo e Ornaldo já haviam “sido socorridos”. O amigo foi encaminhado para o Hospital São Luiz do Tatuapé. Não se sabe se ele já recebeu alta médica. O jovem também será interrogado durante a investigação.
Ainda segundo Fernando, pelo fato de “sentir muitas dores”, os policiais militares autorizaram a mãe dele a levá-lo a um hospital para ser atendido. O motorista ainda alegou que não foi para uma unidade hospitalar porque sua mãe passou a receber “ameaças pelo celular”, sem dizer quais foram elas.
Com informações de G1