Técnico ambiental alerta que presença de animais silvestres em cidades está mais comum e que eles estão em busca de alimentos. Família estima que mais de 50 quatis tenham entrado no terreno; assista ao vídeo.
Dezenas de quatis ‘invadiram’ uma casa em Campo Mourão, na região centro-oeste do Paraná. Os animais estavam, possivelmente, à procura de alimentos e deixaram prejuízo, sujeira e bagunça por onde passaram. Assista ao vídeo acima.
A dona da casa, Gisele Ostapechem, de 40 anos, contou que os quatis comeram dois pacotes de pães, dois pacotes de biscoitos, dois pacotes de torradas, cinco maçãs, um abacaxi, várias tangerinas, quatro quilos de bacon, um pacote de torresmo e quase dois quilos de banha de porco.
Depois do susto, que foi na terça-feira (13), Gisele disse que a família vai mudar alguns hábitos.
“Agora, estamos tomando alguns cuidados, do tipo, deixar a casa toda trancada e não vamos deixar alimentos para o lado de fora ou em áreas de fácil acesso.”
A dona da casa contou que antes da ‘invasão’, a família tinha visto alguns outros quatis no quintal, e que o número foi aumentando aos poucos.
“Quando aconteceu de fato, nós ouvimos toda a barulheira e quando subimos na escada vimos, e eram mais de cinquenta. Ficamos muito assustados, minha filha pequena nem quis ver”, disse.
O que aconteceu na casa da Gisele foi percebido também na vizinhança. Moradores têm relatado prejuízos com os quatis, uma vez que eles escalam árvores e conseguem entrar nos terrenos das casas.
Quatis entram em casa do interior do Paraná — Foto: arquivo pessoal
Cuidado com os animais
Família diz que número de quatis no terreno da casa foi aumentando aos poucos — Foto: arquivo pessoal
Especialistas orientam cautela para lidar com os quatis, que são animais silvestres e que estão fora do habitat natural. Eles podem se assustar com a presença humana.
“O aumento de animais silvestres em áreas urbanas teve um grande aumento em todo o país, isso decorre principalmente da destruição de habitats, assim como a oferta facilitada de alimentos na cidade”, disse o tecnólogo ambiental do Instituto Água e Terra (IAT) Mateus Rodrigues Gozer.
O tecnólogo ainda chamou a atenção da população para o perigo que o quati oferece, embora os animais pareçam inofensivos.
“O quati, apesar de ter uma aparência inofensiva, representa sérios riscos para quem tenta acuá-lo ou confrontá-lo, pois ele tem garras e dentes afiados como lâmina”, completou Gozer.
É importante salientar que os quatis são animais silvestres com alimentação natural, por isso não devem ser alimentados, nem tocados.
Moradores que tiverem suas casas invadidas por quatis, ou presenciarem alguma situação de risco, devem ligar na regional do Instituto Água e Terra de Campo Mourão pelo telefone: (44) 3523-1915.
Agressão a animais silvestres caracteriza crime ambiental com pena mínima de detenção de três meses e pode chegar a um ano, além de multa.