Como parte dos esforços para melhorar a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o petista decidiu “promover” anúncios do Google para “provar” que o candidato do PT à Presidência é inocente. Ao se procurar no Google pelo termo “Lula prisão”, por exemplo, o primeiro link que aparece leva para o site do petista com uma fake news afirmando que ele “foi absolvido”, informa a matéria do Pleno News.
Ao se entrar no link, o texto afirma que “STF, ONU e até a Globo já reconheceram que Lula foi julgado sem crime e sem prova”. Em seguida, o “anúncio” fala sobre vários processos contra o petista.
Lula, que ficou preso entre abril de 2018 e novembro de 2019, teve condenações aplicadas contra ele pela Vara Federal de Curitiba anuladas pelo STF sob duas justificativas. Em março de 2021, o Supremo entendeu que os processos não deveriam ter tramitado na capital paranaense. Já em junho daquele ano, a Corte decidiu que Moro não julgou Lula com imparcialidade.
No processo mais conhecido a ser anulado, o petista foi acusado de receber uma cobertura em Guarujá, no litoral paulista, do grupo OAS como um suposto acordo por desvios de recursos da Petrobras durante o governo petista.
Em uma outra ação, Lula era acusado de se beneficiar de obras realizadas pela OAS e pela Odebrecht em um sítio em Atibaia, no interior de São Paulo, que pertencia a um amigo seu e que o ex-presidente frequentava com sua família. Assim como no caso da cobertura, a força-tarefa da Lava Jato apontava que as benfeitorias teriam sido realizadas com dinheiro desviado.
Na ONU, outra esfera onde Lula já alegou ter sido inocentado, o entendimento foi semelhante ao adotado pela Corte Suprema do Judiciário brasileiro. Em abril deste ano, o Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas afirmou que o ex-presidente teve os direitos políticos, a garantia a um julgamento imparcial e a privacidade na Lava Jato violadas.
No julgamento, feito em uma representação apresentada pelo próprio Lula em que ele alegava ter tido seus direitos políticos violados, o comitê concluiu que a conduta de Sergio Moro e atos públicos do ex-juiz federal e dos procuradores da operação violaram, ainda, o direito de Lula à presunção de inocência.
Assim como na decisão da Suprema Corte, a entidade também não adentrou no mérito das acusações contra Lula, mas considerou que questões processuais teriam sido desrespeitadas para alcançar suas conclusões.