Matheus Nachtergaele, aos 56 anos, é um dos atores brasileiros com a mais ampla variedade de personagens em sua extensa carreira. Ele interpretou desde a inocência quase infantil de João Grilo em O Auto da Compadecida, que em breve terá uma versão modernizada, até o perturbado Everardo de Baixio das Bestas, um clássico do cinema pernambucano de Claudio Assis.
Após uma década, ele retorna às novelas, no papel de Norberto, proprietário de um bar, em Renascer, da TV Globo. Em uma entrevista à coluna VEJA GENTE/Revista VEJA, realizada em duas extensas partes, Matheus reflete sobre a vida e discorre sobre sua arte.
Por que tanto tempo longe das novelas? Faço muito teatro, cinema sem parar, e muita série. Nos últimos anos foram Filhos da Pátria, Todas as Mulheres do Mundo, três temporadas do Cine Hollywood. É bastante trabalho, quase ocupa dez anos de espaço. A Globo já sabia que prefiro séries. Agora, nesse momento, achei um chamado bonito de Renascer, por isso aceitei.
Sentiu alguma diferença ao retornas ao set de novelas? Por estranho que pareça, achei mais leve do que o ritmo das séries. Cine Hollywood era feito com uma câmera só, extremamente bem fotografado, muita coreografia de comédia, era intenso, de segunda a sábado. É claro que o protagonista de uma novela não vai dizer a mesma coisa que eu, mas estou sentindo o clima não tão agitado. Então digo que estou descansando ao carregar pedras. Estou na esperança de voltar a fazer análise, de malhar um pouquinho, de voltar a fazer sexo, coisas que assim, nos últimos anos não estavam rolando (risos).
Férias nem pensar? Prefiro viver assim do que viver a vida cotidiana, férias para mim parecem pesadelo. Quinze dias numa praia gostosa, já estou bem satisfeito. Prefiro estar em cena.
Já atuou alcoolizado? Não fiz vários trabalhos assim, mas fiz algumas cenas alcoolizado no cinema do Cláudio Assis, a pedido dele, em combinação conjunta. Era como experimentar o que aconteceria. Tipo, o personagem está bêbado? Esteja bêbado também e vamos ver o que acontece. Mas a ressaca fez parte do meu trabalho durante alguns anos.
A entrevista completa você encontra na revista VEJA.