Mistério resolvido! Menos de uma semana após a sucuri Ana Júlia, a cobra mais conhecida do mundo, ter sido descoberta morta em Bonito, no sudoeste de Mato Grosso do Sul, a Polícia Científica do estado determinou que a serpente faleceu de causas naturais. As informações foram adquiridas exclusivamente pelo g1.
No último domingo (24), Cristian Dimitrius, documentarista de vida selvagem, localizou a cobra, com quase 7 metros, morta, à beira do rio Formoso, em Bonito. Ele prontamente reconheceu o animal como o mesmo que havia se tornado viral alguns dias antes em um vídeo compartilhado pelo biólogo holandês Freek Vonk e em diversos outros registros feitos na região, nos últimos anos.
O falecimento da renomada sucuri causou consternação na cidade e no estado, e várias suposições começaram a surgir, algumas delas, inclusive, de agressão contra o animal. Dois dias depois, na terça-feira, dia 26, equipes da Polícia Militar Ambiental (PMA), da Polícia Civil, do Instituto de Criminalística e uma bióloga visitaram o local.
“O principal objetivo nosso era caracterizar ou não se a serpente foi morta de forma violenta por um disparo de arma de fogo ou até mesmo se ela tinha algumas lesões contusas que justificassem a morte dela”, apontou o diretor da Polícia Científica de Mato Grosso do Sul, Emerson Lopes dos Reis.
Ele explicou que no próprio local a perita veterinária não encontrou lesões no animal condizentes com disparos de arma de fogo, mas que mesmo assim ela decidiu trazer a cobra para Campo Grande para a realização de exames complementares.
“Ela realizou outros exames, como imagens por raio-x, para que ela pudesse ter uma certeza de que esse animal não sofreu nenhum tipo de disparo de arma de fogo”, detalhou.
“Nós fizemos exames radiográficos, não encontramos nenhuma fratura na região da cabeça, que era suspeita inicialmente de ter sido lesionada e descartamos a hipótese de morte violenta…Visto que o animal não teve uma morte violenta restou por tanto uma morte por consequência de uma patologia ou alguma questão própria do animal onde ela vive, sem interferência humana na morte desse animal”, explicou a perita Maristela Melo de Oliveira.
A especialista também divulgou que utilizou a oportunidade do exame para medir o animal, que alcançou 6 metros e 36 centímetros, além de coletar DNA para realizar o sequenciamento genético e a coleta de outros materiais biológicos. “Coletamos esse material a fim de preservar, para interesse científico e estudos relacionados a genética desse animal”, pontuou Maristela.