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O diretório nacional do PT optou por instituir uma comissão destinada a avaliar situações controversas envolvendo candidatos que se autodeclaram negros com o intuito de garantir uma fatia maior do fundo eleitoral neste ano. Inspirada no modelo das bancas de heteroidentificação presentes em universidades, esta será a primeira vez que o partido utilizará esse instrumento.”A aprovação desta resolução visa assegurar que aqueles que genuinamente têm direito aos recursos destinados aos negros possam acessá-los, sem margem para equívocos”, afirmou Martvs das Chagas, secretário nacional de Combate ao Racismo do partido e autor da proposta aprovada nesta terça-feira (26).
A proposta não encontrou resistência entre os membros do partido.Conforme as normas eleitorais, o fundo deve ser distribuído entre os candidatos negros de forma proporcional ao número de inscritos. Portanto, os indivíduos pretos e pardos têm direito a uma cota garantida desses recursos, o que teoricamente aumenta suas chances de sucesso nas candidaturas.A principal preocupação dos dirigentes do PT é com pessoas brancas que se autodeclaram pardas. “O critério adotado por nós é o fenotípico [aparência] negro”, destacou o secretário.Nos casos controversos, a comissão realizará inicialmente uma análise das fotos dos candidatos e, se necessário, conduzirá entrevistas online.
i A comissão será composta por cinco membros, a serem nomeados durante uma reunião do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do PT na próxima semana. Os integrantes deverão ter um perfil acadêmico e não possuir vínculos diretos com a estrutura partidária.A comissão nacional será encarregada de examinar os candidatos a prefeito e vereador em cidades com mais de 100 mil habitantes. Além disso, foi recomendado que cada estado crie sua própria comissão para analisar casos de cidades menores.O objetivo é concluir a análise de todos os candidatos antes do registro de suas candidaturas junto à Justiça Eleitoral, no início do segundo semestre.
Folha