A principal frente de oposição da Venezuela relatou que enfrentou dificuldades para inscrever sua candidata, Corina Yoris, no portal do Conselho Nacional Eleitoral, órgão encarregado das eleições no país. O prazo para inscrição encerrou às 23h59 de segunda-feira (25).
As eleições estão marcadas para 28 de julho, e Nicolás Maduro busca um terceiro mandato, o que poderia estender seu tempo no poder para 18 anos.
Omar Barboza, um dos líderes da coalizão da oposição, declarou que o grupo encontrou obstáculos no sistema online do Conselho Nacional Eleitoral, resultando na impossibilidade de registrar a candidatura de Corina Yoris.
Na manhã de segunda-feira, Corina afirmou que a frente de oposição tentou todas as opções disponíveis, mas o sistema estava completamente inacessível.
“Tentamos ir pessoalmente ao Conselho Nacional Eleitoral para entregar uma carta solicitando uma prorrogação e nem mesmo fisicamente pudemos fazê-lo”.
Analistas afirmam que o bloqueio tem motivação política. O cientista político Jorge Morán afirmou à agência de notícias AFP que o chavismo busca repetir o cenário de 2018, quando a oposição boicotou as eleições presidenciais vencidas por Maduro.
Filósofa e professora universitária, Yoris, 80 anos, nunca trabalhou na administração pública, e seu nome aparece limpo na base de dados do Conselho Nacional Eleitoral.
Ela foi indicada para a candidatura da oposição pelo Vente Venezuela, o partido de uma venezuelana de nome parecido, Maria Corina Machado, que venceu prévias entre todos os partidos de oposição do país.
Desde a última quinta-feira (21), já se inscreveram nove candidatos que se apresentam como opositores, mas alguns deles são acusados de colaborar com o governo chavista.
Maduro formalizou sua candidatura
Nesta segunda-feira (25), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, formalizou sua candidatura à reeleição sem enfrentar os mesmos obstáculos.
Acompanhado de milhares de militantes convocados pelo partido governista, PSUV, Maduro compareceu ao Conselho Nacional Eleitoral.
Durante o evento, o presidente venezuelano relatou a detenção de dois homens armados, os quais ele associou ao partido de María Corina Machado, por supostamente planejarem seu assassinato ao se infiltrarem no comício do chavismo.
Outro adversário
Sete nações latino-americanas (Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Paraguai, Peru e Uruguai) divulgaram um comunicado conjunto expressando preocupação com a rejeição da candidatura de Corina Yoris.
Analistas descartam a possibilidade de sua candidatura e sugerem a busca por um outro postulante com menos vínculos com María Corina Machado. Contudo, há consenso de que qualquer candidato apresentado pela oposição deve ser respaldado pela líder opositora.
Com informações de G1