Foto: Reprodução/ NYT
O The New York Times revelou imagens que mostram que Bolsonaro passou 48 horas na embaixada da Hungria após operação da PF
A defesa de Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, 25, que o ex-presidente esteve por dois dias na embaixada da Hungria “atualizando os cenários políticos das duas nações” e conversando com várias autoridades húngaras.
Como mostramos mais cedo, o jornal americano The New York Times revelou imagens que mostram que Bolsonaropassou 48 horas na embaixada da Hungria quatro dias após a deflagração da Operação Tempus Veritatis da PF, que investigou um plano para se dar um suposto golpe de estado no Brasil.
O jornal sugere que Bolsonaro estava tentando uma aproximação com Viktor Orban, primeiro-ministro da Hungria, com planos de escapar do sistema judicial brasileiro. Como também noticiamos, a PF instaurou inquérito para apurar os motivos pelos quais o ex-presidente esteve por dois dias na embaixada.
“O ex-presidente da República Jair Bolsonaro passou dois dias hospedado na embaixada da Hungria em Brasília para manter contatos com autoridades do país amigo. Como é do conhecimento público, o ex-mandatário do país mantém um bom relacionamento com o premier húngaro, com quem se encontrou recentemente na posse do presidente Javier Milei, em Buenos Aires”, afirmaram os advogados de Bolsonaro.
“Nos dias em que esteve hospedado na embaixada magiar, a convite, o ex-presidente brasileiro conversou com inúmeras autoridades do país amigo atualizando os cenários políticos das duas nações. Quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de fake news”, acrescenta a defesa do ex-presidente da República.
Gravações
O New York Times diz ter analisado três dias de gravações, de segunda-feira, 12 de fevereiro, a quarta-feira, 14 de fevereiro. Durante esses dias, Bolsonaro teria sido discreto. O jornal americano destaca as relações entre Bolsonaro e Orban, a quem o ex-presidente brasileiro já chamou de “irmão”, e diz que a rotina da embaixada mudou durante a passagem de Bolsonaro.
“No dia 14 de fevereiro, os diplomatas húngaros contataram os funcionários brasileiros locais, que deveriam retornar ao trabalho no dia seguinte, instruindo-os a ficar em casa pelo resto da semana, segundo o funcionário da embaixada. Eles não explicaram o porquê, disse o funcionário”, diz o jornal.
Rotina
As imagens mostram também os funcionários da embaixada carregando roupas de cama e água. Na manhã seguinte à chegada de Bolsonaro, uma cafeteira também aparece sendo levada para o local onde ele estava.
O ex-presidente brasileiro pode ser visto deixando a embaixada à 16h14 de 14 de fevereiro. Onze dias depois, ele estava na avenida Paulista rodeado de aliados, numa reação à série de investigações de que se tornou alvo.
O Antagonista