“Diante da reivindicação do atentado pelo grupo Estado Islâmico e das ameaças que pesam sobre o nosso país, decidimos elevar a ameaça para o nível máximo”, publicou Attal, primeiro-ministro da França, na rede social X. O presidente do país, Macron, presidiu no domingo (24/3) a reunião do Conselho de Defesa sobre o atentado nos arredores de Moscou e as suas consequências, a quatro meses do início dos Jogos Olímpicos em Paris.
“A reivindicação do atentado em Moscou vem do Estado Islâmico-Khorasan, organização que ameaça a França e participou recentemente de atentados abortados em vários países europeus, entre eles França e Alemanha”, divulgou o gabinete do primeiro-ministro, em um comunicado.
Em janeiro, o alerta foi rebaixado para categoria 2, que significa “segurança reforçada”, sendo a penúltima de três classificações. Em situações de urgência máxima, como a atual, o governo francês tem autorização para implementar medidas extraordinárias, incluindo o fechamento de estradas e do metrô, bem como a proibição de viagens escolares.
“O primeiro-ministro pediu ao secretário-geral da Defesa e Segurança Nacional que convoque nesta segunda-feira (25/3) uma reunião envolvendo todos os serviços de segurança afetados pelo aumento do nível de Vigipirate”, acrescentou.
Dispositivo contra atentados foi reforçado na França
O plano antiterrorismo, conhecido no país como Vigipirate e estabelecido desde 1978, engloba mais de 300 medidas, algumas das quais são confidenciais, abrangendo 13 áreas vitais, como saúde, cibersegurança, sistemas de alerta e mobilização. Além disso, oferece diretrizes comportamentais, incluindo treinamentos escolares para situações de atentado.
Em paralelo, a Operação Sentinela mobiliza 7 mil soldados, com mais 3.000 militares em alerta constante. O reforço dessas medidas ocorreu em resposta aos ataques de 13 de novembro de 2015, que resultaram na morte de 236 pessoas em Paris.
Ataque em Moscou deixou 137 mortos
O incidente ocorrido na sexta-feira (22/3) nas instalações da Prefeitura de Crocus, próxima a Moscou, resultou em um trágico saldo de pelo menos 137 vítimas fatais e 182 feridos, conforme as últimas informações divulgadas.
Os agentes encarregados da investigação continuam a examinar os destroços do prédio onde ocorreu o ataque, que foi devastado por um grande incêndio provocado pelos agressores. Embora o Estado Islâmico (EI) tenha reivindicado a responsabilidade pelo ataque, Moscou ainda não oficializou a acusação contra o grupo jihadista.
No sábado (23/3), o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que os suspeitos foram capturados “enquanto se dirigiam para a Ucrânia”. Por sua vez, o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou Putin de tentar “transferir a culpa”.
Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, disse que o EI tem “responsabilidade exclusiva” pelo massacre e que não houve “envolvimento ucraniano”. Este ataque é o mais mortal na Rússia, nas últimas duas décadas.
Com informações de Metrópoles