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A estratégia da Apple de manter os preços do iPhone em níveis elevados, consolidando-o como um produto de luxo, está encontrando obstáculos na China. A principal dificuldade surge da forte concorrência local, que oferece smartphones a preços muito mais acessíveis e adaptados às necessidades dos consumidores.
Recentemente, revendedores da Apple na China reduziram os preços do iPhone 15 Pro Max em até US$ 180 (R$ 900) devido à baixa demanda, um movimento incomum para a empresa.
“A Apple sempre foi associada ao segmento de luxo. Portanto, os descontos representam uma mudança significativa em relação a essa posição”, observou Marcos Freitas, especialista em negócios do Grupo Seja AP. “Só o tempo dirá se essa estratégia foi eficaz ou não. Mas o objetivo é enfrentar a concorrência no maior mercado de smartphones do mundo.”
Segundo dados da Counterpoint, as vendas de iPhones na China nos primeiros dois meses de 2024 caíram 24% em comparação com o mesmo período do ano anterior, levando a Apple para o quarto lugar em participação de mercado. Enquanto isso, a rival local Huawei registrou um aumento de 64% em seu faturamento, impulsionado pela demanda por sua série de smartphones Mate 60.
“A Apple enfrentou uma concorrência acirrada no segmento de alto padrão, ao mesmo tempo em que foi pressionada no segmento de smartphones mais acessíveis por empresas como OPPO, Vivo e Xiaomi”, explicou Mengmeng Zhang, analista sênior da Counterpoint à Reuters.
Além da competição, a Apple também enfrenta desafios políticos na China. Os departamentos governamentais têm restringido o uso de dispositivos da empresa por funcionários públicos, em resposta às restrições impostas pelos EUA a aplicativos chineses por questões de segurança.
A China é o terceiro maior mercado da Apple em termos de receita, perdendo apenas para os Estados Unidos e a União Europeia. Diante desse cenário de queda nas vendas e de hostilidades com a marca, o presidente-executivo, Tim Cook, visitou o país recentemente, enfatizando sua importância na cadeia de suprimentos da empresa.
Especialistas acreditam que para aumentar sua participação de mercado, a Apple precisaria lançar um produto inovador que transformasse o cotidiano das pessoas, algo que não acontece desde o lançamento do iPhone em 2007.
Apesar das tentativas de inovação, como os óculos de realidade virtual (Vision Pro), a Apple enfrenta dificuldades em cativar os consumidores. Relatos indicam que clientes estão devolvendo o produto devido a problemas como peso excessivo, enjoo e dor de cabeça.
No entanto, a Apple continua sendo uma força a ser considerada. A empresa, conhecida por sua capacidade de observar de perto seus concorrentes, está explorando o potencial da inteligência artificial (IA) para seus próximos passos. Há relatos de que a empresa está em conversas com o Google para desenvolver seu próprio mecanismo de IA para o iPhone.
O foco em IA tem se mostrado lucrativo para outras empresas, como a Microsoft e a Amazon, o que pode indicar uma nova direção para a gigante de tecnologia. Com seus vastos recursos financeiros, a Apple está posicionada para explorar esse mercado emergente e continuar sua trajetória de inovação.
Com informações da Forbes.