A filha de Daniela Almeida Vera, de 81 anos, Rosely Almeida, informou que a família autorizou o Hospital Regional de Ponta Porã (HR) a realizar uma análise sobre o bebê que permaneceu calcificado no abdômen da idosa por mais de 50 anos. De acordo com Rosely Almeida, um médico da unidade manifestou interesse em iniciar a pesquisa, mas até o momento não foram fornecidos mais detalhes sobre os próximos passos.
Daniela sofria de uma condição extremamente rara conhecida como litopedia. Ela era indígena e residia em um assentamento localizado no município de Aral Moreira (MS), na fronteira entre Brasil e Paraguai.
No dia 10 de março, a idosa procurou atendimento médico devido a uma infecção urinária. Ela foi inicialmente atendida em um posto de saúde do bairro e depois encaminhada para o hospital de Aral Moreira. No entanto, somente no HR de Ponta Porã foi detectada a presença do feto calcificado, por meio de um exame de ultrassonografia 3D.
Após passar por uma cirurgia para a remoção do feto, Daniela veio a falecer no dia seguinte devido a complicações decorrentes de uma grave infecção generalizada, originada pela infecção urinária.
Veja o feto abaixo (IMAGENS FORTES):
Feto calcificado por mais de 50 anos. — Foto: Reprodução
Quanto tempo a idosa ficou com o bebê na barriga?
A equipe médica suspeita que a mulher estivesse com o “bebê de pedra” no abdômen há 56 anos, desde quando teve a última gestação.
A filha de Daniela, no entanto, acredita que a mulher pode ter passado mais tempo com o bebê na barriga, porque ela reclamava para o marido de dores no abdômen desde a primeira gestação, que teve com outro homem, quando ainda era adolescente.
“Na declaração do meu pai, que ele falou com a gente hoje cedo, ele disse que ela já tinha isso há muitos anos. Quando ela teve o primeiro filho, com outro homem, ela já reclamava dessa dor, isso desde novinha. Ela falou pra que parecia um bebê que se movia dentro da barriga dela e às vezes ela sentia enjoo, mas a gente nunca desconfiava que era isso. Foi desde a primeira gravidez, não sei que idade ela tinha”, disse Rosely.
Ao g1, o médico obstetra José Eduardo afirmou que possivelmente a litopedia não permitiria que ela engravidasse novamente. Por isso, provavelmente, o feto foi a última gestação de Daniela.
“Provavelmente não menstruou mais, entrou na menopausa e esse feto ficou lá e se solidificou. É impossível ela estar com esse feto desse tamanho e engravidar e nascer outro filho, e não nascer esse feto mumificado”, afirmou.
Daniela teve sete filhos e 40 netos. A filha mais nova, Rosely Almeida, tem 21 anos e foi adotada pela matriarca. Agora, a família luta para se recompor.
“A gente tá em choque, é muita tristeza. Ela era nossa mãe, a única que protegia a gente e agora ela se foi, ficamos meio perdidas”, lamentou.
As informações são do G1