A “bolha de calor” que ocasionou elevadas temperaturas e sensações térmicas na região Centro-Sul do Brasil está prevista para perder intensidade a partir desta quarta-feira (20). De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a onda de calor deu lugar a chuvas intensas em todo o país desde segunda-feira (18/3).
Mas o que isso significa para os próximos dias, além da chegada do outono? O portal Metrópoles consultou meteorologistas para esclarecer. Eles ressaltaram que as temperaturas irão gradualmente se tornar mais amenas ao longo desta semana, porém, ainda não será possível se livrar completamente do calor intenso.
Segundo os alertas meteorológicos, a mudança no clima está prevista para começar nesta quinta-feira (21/3) em algumas áreas do Brasil. A queda nas temperaturas deve iniciar pela Região Sul e, na sexta-feira (22/3), o ar frio se estenderá para o interior do país.
De acordo com Olivio Bahia, meteorologista do Inmet, segunda seria o último dia da onda de calor — quando a temperatura fica 5 °C acima da média por período maior do que cinco dias —, mas isso “não significa que vai esfriar”.
Esse fenômeno climatológico ficou restrito ao Rio de Janeiro, ao leste do estado de São Paulo e a parte do sul e sudeste de Minas Gerais. E, no momento, outras áreas que estão quentes deixam de cumprir os critérios para estarem sob efeitos de uma onda de calor.
“Nada muito significativo em relação às temperaturas mínimas, de qualquer forma um alívio para o calor que sentíamos. Não esfria tanto, mas fica menos quente. De qualquer forma, deve ter um refresco a partir do meio da semana. Já saímos da onda de calor, até porque aumentou a nebulosidade e a instabilidade na Região Sudeste, onde já começa a chover”, diz Olívio.
Natálio Abrahão Filho, meteorologista do Climatempo, explica que o centro de alta pressão no Paraguai que estava mantendo o calor nas regiões do Centro-Sul do Brasil vai “se afastar para o oceano e formar uma espécie de desbloqueio atmosférico”, permitindo a volta das chuvas no Sul e Sudeste.
Ele reforça que as “temperaturas caem gradativamente, mas não vai acabar o calor”. Segundo Natálio, o El Niño ainda ficará ativo no Oceano Pacífico até meados de abril, quando as temperaturas nessa região ficam mais frias.
Confira o prognóstico climatológico para abril, maio e junho:
— Norte: condições favoráveis para chuva abaixo da média histórica em grande parte da região devido a possíveis impactos do El Niño. Áreas do norte de Roraima, noroeste e sudoeste do Amazonas e oeste do Acre têm previsão de chuva próxima ou acima da média durante o trimestre.
— Nordeste: condições favoráveis de chuva abaixo da média em toda a região, principalmente no centro-norte. Essas características também estão associadas aos impactos do El Niño e aquecimento anômalo das águas do oceano Atlântico Tropical Norte. Apesar desse cenário, poderá ocorrer chuvas intensas pontuais, especialmente na faixa leste da Região.
— Centro-Oeste: tendência de chuva próxima ou abaixo da média histórica em grande parte da Região. Partes de Mato Grosso do Sul podem ter chuva ligeiramente acima da climatologia prevista para o trimestre.
— Sudeste: chuva ligeiramente acima da climatologia, especialmente em áreas de São Paulo e sul de Minas Gerais. Outras áreas devem seguir a tendência de chuva próxima e ligeiramente abaixo da média
— Sul: previsão de chuva acima da média, principalmente no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A presença de massas de ar frio nos próximos meses podem provocar a queda das temperaturas.
Com informações de Metrópoles