Ao apaixonar-se por um carro usado, é fácil esquecer-se dos detalhes que podem esconder problemas sérios. Muitos motoristas descobrem, após a compra, que o veículo já esteve em enchentes, possui reparos malfeitos ou até mesmo teve o motor substituído. Esta situação pode se assemelhar a um casamento compulsório, sem direito a separação amigável.
Por isso, antes de fechar negócio, é crucial observar cuidadosamente o carro, buscando pistas que revelem o que está por trás da aparência. Uma das primeiras dicas é examinar minuciosamente as junções das peças do veículo, como para-lamas e laterais traseiras, em busca de sinais de remoção ou alteração das massas de vedação, como ressalta Sérgio Ricardo Fabiano, colaborador do Comitê de Veículos de Passeio da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil).
Batidas graves também podem ser identificadas por vãos de portas muito abertos ou fechados em todo o contorno do veículo, diferenças de cor na pintura ou falta de acabamentos. Além disso, a presença de terra em locais incomuns, como sob os bancos e carpetes, também pode indicar enchentes anteriores.
Outro ponto crucial é a verificação do motor. Paulo Fontana, da empresa Vistoria & Cia., recomenda que seja feita uma verificação especializada para garantir que o número do motor corresponda ao original de fábrica, evitando possíveis adulterações ou roubos de peças.
No entanto, nem todos os problemas são visíveis a olho nu. Por isso, é importante recorrer a uma vistoria cautelar, que avaliará diversos aspectos do veículo, incluindo históricos de acidente e roubos, se o carro já esteve em leilões, quilometragem real e as condições gerais do veículo.
Seguindo essas dicas, os compradores podem evitar surpresas desagradáveis e garantir uma compra mais segura e confiável.
Com informações da Revista Quatro Rodas.