foto: Divulgação/Leandro Paiva (@leandropaivac)
Gabinete de Guilherme Boulos na Câmara dos Deputados tem 50% mais homens do que mulheres; média salarial delas também é inferior
Pré-candidato à Prefeitura da capital paulista, o deputado federal Guilherme Boulos (PSol) prometeu que, caso seja eleito, metade do seu secretariado será feminino. No entanto, em seu gabinete na Câmara dos Deputados há 50% mais homens contratados e com média salarial superior a das mulheres.
Em 8 de março, data na qual é celebrado o Dia Internacional das Mulheres, Boulos anunciou junto de sua vice na chapa, a ex-prefeita Marta Suplicy (PT), que além da igualdade de gênero nas secretarias, ele também atuará pela equiparação salarial entre homens e mulheres.
“Temos que trazer pontos da igualdade salarial entre homens e mulheres. Aqui em São Paulo, com a gente governando, vai ter que pegar a lei da igualdade salarial”, disse Boulos.
No entanto, segundo informações do portal da Câmara, atualmente há 15 assessores lotados no gabinete de Boulos: nove homens e seis mulheres.
Em janeiro deste ano, mês da última atualização pública das remunerações, a média salarial dos funcionários homens foi calculada pelo Metrópoles em torno de R$ 8,6 mil, enquanto a das mulheres foi de R$ 6,8 mil.
Já a média salarial de todo o gabinete foi calculada em R$ 7,4 mil.
Os salários no gabinete de Boulos
Cada deputado recebe R$ 118,3 mil mensais para contratar entre cinco e 25 secretários parlamentares. O piso salarial das categorias é definido de acordo com uma tabela fornecida pela própria Câmara.
É prerrogativa dos parlamentares escolher a quantidade de funcionários que serão lotados em seus gabinetes. Mas entre os nove assessores que recebem acima do piso de seus respectivos cargos, seis são homens e apenas três são mulheres.
O assessor mais bem remunerado de Boulos, por exemplo, recebe, em valores brutos, R$ 14,3 mil por um cargo cujo piso é de R$ 7,4 mil. Já a mulher mais bem paga recebe R$ 9,8 mil em um posto de remuneração mínima de R$ 4,9 mil.
Procurada pelo Metrópoles, a assessoria de Boulos não retornou até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.
Metrópoles