Um projeto de exploração de madeira em uma área preservada da Amazônia, no Amapá, envolve uma empresa previamente multada três vezes pelo Ibama por recebimento irregular de madeira nativa. A concessão para o projeto foi concedida pelo Incra, apesar de dois pareceres técnicos e despachos internos contrários.
A multa de R$ 120,2 mil foi aplicada quatro meses antes da autorização do projeto, enquanto outras duas, totalizando R$ 10,1 mil, referem-se a infrações cometidas dois meses depois. O plano de manejo florestal sustentável abrange 172 mil hectares de floresta no Projeto de Assentamento Agroextrativista Maracá, anunciado como o maior do país.
O Incra deu anuência ao projeto, mesmo com pareceres técnicos apontando problemas, como viés empresarial e suspeita de falsificação de assinaturas. O senador Davi Alcolumbre e o senador Randolfe Rodrigues apoiaram o projeto, articulando junto ao Incra. O governo do Amapá afirma que o projeto envolve pagamento às comunidades locais, mas técnicos do Incra questionam a falta de participação dos assentados no processo produtivo.
Empresas responsáveis pelo projeto, TW Forest e Eco Forte, afirmam que são sérias e que o projeto inibe extração ilegal de madeira. No entanto, o histórico de multas e as preocupações levantadas por órgãos ambientais e técnicos geram questionamentos sobre a legalidade e sustentabilidade do projeto.
Com informações da Folha de S. Paulo.