Foto: Reprodução/HispanTV.
O presidente da Argentina, Javier Milei, usou o Twitter para responder às críticas da ex-presidente Cristina Kirchner, que o acusou de se dar um aumento de 48% no salário enquanto reduz as aposentadorias e os salários dos argentinos. Milei afirmou que o aumento foi automático e que o decreto que o originou foi assinado por Kirchner em 2010. Ele também disse que a situação dos aposentados é resultado da fórmula previsional que o governo kirchnerista impôs por decreto e que ele está corrigindo com bonos compensatórios.
A polêmica começou quando uma deputada da oposição revelou que Milei havia assinado um decreto em fevereiro que incluía as autoridades do Poder Executivo no reajuste salarial dos funcionários públicos. Segundo ela, o salário bruto do presidente passou de 4 milhões de pesos (cerca de R$ 35 mil) em dezembro para 6 milhões de pesos (cerca de R$ 52 mil) em fevereiro. Milei reconheceu o aumento e disse que era um “aumento automático” que ele desconhecia e que era fruto de um decreto de Kirchner de 2010, que estabelecia que os dirigentes políticos deveriam ganhar sempre mais que os funcionários da administração pública. Ele anunciou que revogaria o decreto e que devolveria o dinheiro.
Cristina Kirchner, por sua vez, usou o Twitter para ironizar Milei e dizer que ele não tinha desculpa melhor do que culpá-la por um decreto que ela assinou há 14 anos. Ela disse que o decreto que ela assinou não tinha nada a ver com o que ele assinou e que ele deveria admitir que assinou, cobrou e foi pego. Ela também publicou os dois decretos para compará-los e mostrar as diferenças.
Milei não se intimidou e respondeu à ex-presidente com dureza. Ele disse que ela não tinha cara para falar de aposentadorias, já que a redução do poder aquisitivo dos aposentados era produto da fórmula previsional que o seu governo impôs por decreto. Ele disse que essa fórmula era tão horrível que era preciso dar bonos compensatórios de forma recorrente. Ele também disse que o seu governo deixou o salário mínimo em 80 dólares e que ele o elevou para 200 dólares com o bono. Ele disse que o preço do dólar era o de mercado e não o de um “sonhador atrás de uma escrivaninha”.
Além disso, ele disse que se ela achava que se escondendo por dois meses as pessoas iriam esquecer do desastre que eles fizeram, ela estava muito enganada. Ele disse que a cada dia mais leões despertavam e decidiam deixar de ser ovelhas. Ele disse que ela, assim como toda a casta política, não a via.
Júnior Melo
Advogado e Jornalista