A primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, expressou hoje (4) o desejo de ver maior representatividade feminina no Supremo Tribunal Federal (STF). No terceiro mandato, o presidente Lula (PT) nomeou dois homens para a Suprema Corte: Cristiano Zanin, advogado que representou o petista em casos da Lava Jato, e Flávio Dino, ex-ministro da Justiça.
Com a escolha de Dino, a presença feminina no STF foi reduzida para apenas uma representante, a ministra Cármen Lúcia, indicada por Lula em seu primeiro mandato. Janja fez essas declarações durante um evento que marcou o lançamento da agenda transversal de mulheres no Plano Plurianual de 2024-2027. A cerimônia contou com a participação de ministras do governo petista e de Cármen Lúcia, atualmente a única mulher entre os 11 membros do STF.
“Toda vez que eu chego em algum evento lá no Supremo, eu vou direto para ela [Cármen Lúcia]. Porque eu sempre entro naquela sala e é uma sala muito masculina e aquilo me incomoda muito, e aí eu sempre busco a ministra Cármen lá. Eu espero, realmente, é um espaço muito difícil, mas eu espero que logo aquele espaço também seja um espaço de mais mulheres”, afirmou Janja no começo de sua fala no evento.
Desde o início de 2023, o presidente enfrentou pressões para realizar uma indicação inédita de uma ministra para o Supremo Tribunal Federal, visando a manutenção da cadeira ocupada por Rosa ser ocupada por uma mulher – um cenário que não se concretizou.
Houve também apelos para que Lula selecionasse uma mulher negra, algo que nunca ocorreu na história da corte.
No entanto, Lula não atendeu aos pedidos, seguindo a mesma linha de sua primeira indicação, quando escolheu Zanin, a quem considerava um amigo.
Antes de decidir pelo nome de Dino, o presidente já havia declarado que gênero e cor não seriam fatores determinantes em sua escolha.
Com isso, a representação feminina no Supremo Tribunal Federal permanece em 9%, uma das mais baixas da América Latina.
Com informações da Folha de SP