O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou um lucro líquido de R$ 11,9 bilhões em 2023, representando uma queda anual de 5% em comparação a 2022. A apresentação dos números ocorreu hoje, conduzida pelo diretor financeiro do BNDES, Alexandre Abreu, durante a divulgação do balanço anual da instituição.
Abreu explicou que esse desempenho foi impactado pela devolução de recursos ao Tesouro Nacional, e ressaltou que a equipe do BNDES está empenhada em reestabelecer a situação financeira da instituição.
“Se tivéssemos mantido o caixa e não devolvido recursos ao Tesouro, teríamos resultado R$ 1,1 bilhão superior e um lucro de R$ 13 bilhões em 2023”, observou.
Já o lucro recorrente do BNDES atingiu R$ 5,3 bilhões no quarto trimestre, registrando alta anual de 54%. O patrimônio líquido do BNDES ficou em R$151,3 bilhões, um aumento anual de 15%. A carteira de participações acionárias teve ganhos de R$ 17,3 bilhões no ano passado.
“A decisão de não vender os ativos e prorrogar junto ao TCU [Tribunal de Contas da União] e Fazenda a dívida com o Tesouro se mostrou acertada”, disse o diretor financeiro.
Na apresentação, o banco informou ainda ter registrado um crescimento anual de 88% nas consultas e 32% nas aprovações em 2023. Os desembolsos, por sua vez, subiram 17% ante 2022.
Desembolsos
Nesta segunda-feira (4), Nelson Barbosa, diretor de planejamento do BNDES, divulgou que o banco desembolsou R$ 114,4 bilhões em 2023. Segundo Barbosa, 82% desse crédito foram concedidos a taxas de mercado, sem subsídios.
Os desembolsos registraram um aumento de 17% em comparação a 2022, representando 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) do ano anterior.
“Em 2022, os desembolsos representaram 1% do PIB. Já houve recuperação em 2022 e ela continuou em 2023”, afirmou.
O banco trabalha com a expectativa de desembolsar de R$ 125 bilhões a R$ 160 bilhões em 2024, segundo o diretor.
“R$ 125 bilhões é basicamente estável em relação ao PIB, cerca de 1,1%. Já R$ 160 bilhões representaria 1,4%. Quanto maior o investimento na economia, maiores tendem a ser os desembolsos do BNDES”, disse.
O responsável pelo setor de planejamento afirmou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) comprou 25% das debêntures de infraestrutura emitidas no ano anterior, destacando que o banco atua como um complemento ao mercado de capitais, não como substituto.
Durante a exposição, o banco também anunciou que as captações internacionais atingiram a marca de US$ 3,2 bilhões em 2023 e informou que está em negociação para captar mais US$ 3,9 bilhões.
Com informações de Valor Econômico