A R7 Facilities, responsável por contratos governamentais que ultrapassam R$ 1 bilhão, está envolvida em alegações de realizar negócios com empresas suspeitas de serem fantasmas, conforme revelado em seus próprios balanços. Atuando em presídios federais no Brasil, a empresa afirma ter sido contratada por duas firmas, a G&G Empreendimentos Imobiliários e a Falcon Facilities, cujos endereços registrados não correspondem à realidade.
A R7 Facilities, anteriormente destacada pelo Estadão por seu faturamento milionário, está registrada em nome de um laranja, Gildenilson Braz Torres, um técnico em contabilidade. Este indivíduo, que recebeu auxílio emergencial durante a pandemia, reside em uma casa simples no Distrito Federal.
Em resposta às alegações, a R7 Facilities, em nota, afirmou ter um “histórico inquestionável de excelência na prestação de seus serviços”, sem oferecer esclarecimentos sobre os supostos negócios com empresas inexistentes. A empresa se recusou a comentar sobre contratos privados ou parcerias empresariais.
Documentos revelam que a R7 Facilities listou contratos com a G&G Empreendimentos Imobiliários e a Falcon Facilities, ambas suspeitas de serem empresas de fachada. Especialistas sugerem que tais contratos podem ter sido simulados para inflar balanços, possivelmente visando aproveitar benefícios fiscais e oferecer preços mais competitivos em licitações.
A Controladoria-Geral da União (CGU) está investigando as atividades dessas empresas, enquanto a G&G Empreendimentos Imobiliários e a Falcon Facilities apresentam endereços que, na prática, correspondem a outras empresas. O advogado Alair Ferraz, associado ao ex-deputado distrital Carlos Tabanez, é vinculado à Siello Tecnologia, que compartilha endereço com a G&G.
A Falcon Facilities, por sua vez, registra endereço em um prédio no Núcleo Bandeirantes, onde funcionam outras duas empresas, B2B e AC Segurança. Colaboradores no local negaram a existência da Falcon. O advogado Alair Ferraz também está associado à Falcon, apontando para uma possível conexão entre essas entidades.
A CGU investiga ainda outras seis empresas, incluindo a R7 Facilities, por possível envolvimento em um esquema de terceirização bilionário, utilizando laranjas, empresas de fachada e suspeitas de fraude em licitações. A empresa já é alvo de investigação pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) acionou órgãos federais competentes para apurar o caso.
Com informações do Estadão.