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O estado é o berço político de Haley. Uma derrota provável pressionaria sua retirada, sendo a única rival de Trump entre os republicanos na corrida à Casa Branca. Até agora, Trump venceu todas as três primárias.
Quem é Nikki Haley, a republicana desafiando a candidatura de Trump à presidência dos EUA
As primárias do Partido Republicano na Carolina do Sul, neste sábado (24), serão cruciais para determinar o candidato do partido nas eleições presidenciais americanas, agendadas para 5 de novembro.
Um dos dois candidatos provavelmente enfrentará o atual presidente dos EUA, Joe Biden, nas eleições em 5 de novembro – embora Biden tenha dois concorrentes nas prévias do Partido Democrata, é considerado certo que ele será nomeado.
Entre os candidatos à indicação do Partido Republicano, Trump é o favorito. Ele venceu as outras etapas das primárias republicanas (em Iowa, New Hampshire e Nevada) até agora, mas são estados menores, com um número menor de delegados.
Por que esta votação é importante?
Esta é a melhor chance de Nikki Haley desde o início das primárias. Ela foi governadora da Carolina do Sul duas vezes.
O cenário mais favorável para ela seria um desempenho que a credenciasse para as grandes primárias, especialmente a Super Terça, em 5 de março, quando 15 estados votarão. De acordo com as pesquisas, é provável que ela seja derrotada, apesar de ter sido governadora da Carolina do Sul.
Donald Trump pode vencer com facilidade?
A campanha de Nikki Haley tinha como objetivo aumentar sua votação nos três primeiros estados e depois vencer na Carolina do Sul. Recentemente, ela mudou de estratégia. Ela não está mais prevendo uma vitória; agora, ela afirma ter melhorado significativamente e que estará presente na Super Terça. “Havia 14 candidatos nesta corrida, eu derrotei 12 deles, só resta mais um”, disse ela.
O ex-presidente Trump afirmou que terá uma grande vitória e, em referência à adversária, disse que “todo mundo sabe” que não se perde no próprio estado.
Eleitores de outros partidos
As regras de votação variam muito nos diferentes estados dos EUA. Na Carolina do Sul, não há filiação formal aos partidos, e as primárias são abertas a todos os eleitores. A única restrição é para aqueles que participaram das primárias do Partido Democrata de Joe Biden, que ocorreram em 3 de fevereiro.
Estima-se que haja cerca de 500 mil eleitores democratas na Carolina do Sul, mas apenas 126 mil votaram nas primárias do Partido Democrata neste ano. Portanto, em teoria, uma parte do eleitorado democrata pode votar contra Donald Trump nas primárias republicanas.
Haley não solicitou explicitamente o voto desses eleitores, mas fez insinuações: em seus discursos, ela menciona que está tentando criar uma coalizão e que as primárias são abertas no estado.
Nikki Haley tenta atrair eleitores de todos os espectros políticos
Em sua campanha, ela se apresenta como uma conservadora, mas faz diversos acenos aos eleitores mais progressistas:
- Ela destaca que, quando foi governadora, promoveu cortes de impostos e implementou leis que tornavam mais rigorosa a identificação dos eleitores – duas bandeiras dos conservadores nos EUA.
- Ela também lembra que ordenou a retirada de uma bandeira confederada de prédios do governo após um ataque racista a uma igreja em 2015 – os progressistas se opõem à bandeira confederada, que representava os estados do Sul durante a Guerra Civil dos EUA.
- Ela critica Trump como um político caótico e ultrapassado.
- Ao mesmo tempo, ela afirma ter se orgulhado de ser embaixadora dos EUA na ONU durante a gestão dele.
- Ela se declara “pró-vida” – ou seja, contra o direito ao aborto. No entanto, também diz que “não julga ninguém que é ‘pró-escolha’ e não pede o fim do direito ao aborto no país.
Como os candidatos vão reagir aos resultados?
Haley teve 43% dos votos em New Hampshire e comemorou como se tivesse vencido. Trump chegou a ficar irritado, acusando-a de mentir para os eleitores. Desde então, ele tem sido mais ameno. Em uma entrevista à Fox News, quando questionado por que Haley ainda não abandonou a corrida, ele respondeu que acredita que ela “não saiba como sair”.
Haley afirmou que não desistirá da corrida pela indicação do Partido Republicano pelo menos até a Super Terça, e talvez até mais tarde.
Disputas prolongadas
Há casos recentes de disputas prolongadas nas prévias que, na prática, já foram decididas, mas não formalmente. Nos EUA, discute-se se isso pode prejudicar o candidato. Em 2016, o segundo colocado democrata, Bernie Sanders, se recusou a abandonar formalmente as prévias mesmo quando a adversária dele, Hillary Clinton, já tinha o número de delegados suficientes para ser considerada vencedora.
Hillary ganhou as prévias, mas perdeu as eleições para Donald Trump. Os analistas políticos dizem que as prévias prolongadas contra Bernie Sanders foram um dos fatores que contribuíram para a derrota de Hillary para Trump. No mesmo ano, 2016, quando Donald Trump venceu a nomeação, Ted Cruz, do Partido Republicano, demorou para reconhecer a derrota. Mesmo assim, Trump derrotou Hillary nas eleições.
Em 2020, Joe Biden, do Partido Democrata, obteve uma liderança significativa em março, mas ainda enfrentou muitos céticos dentro de seu partido, especialmente na esquerda. A demora na definição não o prejudicou nas eleições gerais, que ele venceu contra Donald Trump.
Com informações do G1.