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Fernando Endrice de Souza, escrivão de 46 anos, teve sua demissão oficializada nesta sexta-feira (23/2) através de um decreto do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), publicado no Diário Oficial do estado.
Natural de Fernandópolis, cidade distante 561 quilômetros da capital paulista, Souza desempenhou funções como policial civil por 14 anos. Solteiro e sem filhos, ele foi condenado por peculato em 2020, crime que envolve a apropriação indevida de bens ou dinheiro públicos, e chegou a ser detido em 2018 sob a mesma acusação.
Desde junho de 2018, o escrivão já estava sob investigação da Corregedoria da Polícia Civil. Na época, trabalhava na delegacia de Mira Estrela, uma pequena localidade com cerca de 3 mil habitantes na região de Fernandópolis. O sumiço de R$ 954 referentes ao pagamento de uma fiança feito por um detido por dirigir embriagado despertou suspeitas, levando à autorização judicial para grampos nos telefones dos funcionários da delegacia.
Em 21 de junho daquele ano, Souza foi à Delegacia Seccional de Fernandópolis buscar quatro lixeiras adquiridas pelo poder público para a delegacia onde trabalhava. Porém, segundo o Ministério Público, ele só trouxe duas das lixeiras metálicas, avaliadas em R$ 99 cada, enquanto as outras duas foram destinadas a um amigo que possuía uma loja de artigos populares, com intenção de vendê-las.
Antes de trabalhar em Mira Estrela, Souza iniciou sua carreira no movimentado 100º Distrito Policial da capital, no Jardim Herculano, uma área com alta densidade populacional e índices de violência, como o Jardim Ângela, na zona sul de São Paulo.
Durante o processo judicial, Souza negou as acusações, afirmando que as lixeiras retiradas na delegacia seccional estavam de fato na delegacia de destino, e que as lixeiras encontradas na loja de seu amigo foram adquiridas de um vendedor ambulante.
Conversas interceptadas pelas autoridades, porém, mostram Souza e seu amigo mencionando as lixeiras, com o amigo expressando cautela sobre a natureza pública dos itens. A defesa de Souza solicitou à Justiça que as conversas interceptadas não fossem consideradas como prova.
O Metrópoles tentou contato com a defesa de Souza, mas não obteve resposta até o momento. O espaço permanece aberto para comentários.
Com informaões do Metrópoles.