Presidente tirou a faixa presidencial antes de se dirigir ao caminhão para o discurso aos militantes
Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil
O presidente da República Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, fez um discurso de campanha no final do desfile cívico militar na Esplanada dos Ministérios em que exaltou a Pátria Cristã e a luta do bem contra o mal. Bolsonaro também defendeu alguns dos seus principais temas de campanha, como a rejeição ao aborto e à liberalização das drogas.
“Somos uma Pátria majoritariamente cristã, que não quer a liberalização das drogas, não quer a liberação do aborto, não quer ideologia de gênero que respeita a propriedade privada, e que combate a corrupção. Isso não é virtude, é obrigação de qualquer chefe do Executivo. Temos uma luta do bem contra o mal. O mal que agora deseja voltar à cena do crime. Não voltarão. O povo está do nosso lado. O povo sabe o que quer”, afirmou o presidente, que tirou a faixa presidencial antes de se dirigir ao caminhão para o discurso.
Bolsonaro subiu em um caminhão instalado em frente ao gramado da Esplanada e discursou para milhares de pessoas vestidas de verde e amarelo. Muitas carregavam bandeiras do Brasil e faixas de protesto contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O discurso durou cerca de cinco minutos, e foi acompanhado dos gritos de “mito” e “nossa bandeira jamais será vermelha”.
“Demos uma nova vida a essa Esplanada dos Ministérios, com pessoas competentes, honradas. Veio a pandemia, lamentamos as mortes, veio a canetada do fica em casa. Enfrentamos também consequências de uma guerra de uma vida lá fora. Quando tudo estava perdido, eis que o Brasil ressurge, com uma economia pujante, com uma das gasolinas mais baratas do mundo, com o recorde na crianças na escola, recorde de empregos, com a inflação despencando e um povo maravilhoso entendendo onde seu país pode chegar”, disse.
Luta contra do bem contra o mal
No caminhão, Bolsonaro estava acompanhado da primeira-dama, Michelle, do ministro da Economia, Paulo Guedes, do vice-presidente da República, Hamilton Mourão e do empresário Luciano Hang.
“Mais que oxigênio, a nossa liberdade é essencial para a nossa vida. Temos tudo para sermos mais felizes ainda. Podem ter certeza que, com a graça de Deus, que me deu uma segunda vida, atingiremos junto nossos objetivos. Hoje vocês têm um presidente que acredita em Deus, que defende seus policiais e militares. Um governo que defende a família e um presidente que deve lealdade ao seu povo”, afirmou.
Por alguns segundos, Bolsonaro parou o discurso, enquanto a multidão gritava “Lula Ladrão”, em uma referência ao ex-presidente da República e candidato à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva. Bolsonaro usou o discurso para pedir que todos vão às urnas no dia 2 de outubro.
“A vontade do povo se fará presente no dia 2 de outubro. Vamos todos votar e convencer aqueles que pensam diferente de nós”.
Bolsonaro evita críticas ao Supremo
Apesar do discurso em tom de campanha, o presidente da República evitou críticas mais intensas ao Supremo Tribunal Federal (STF), sobretudo ao ministro Alexandre de Moraes, que é considerado um dos mais críticos ao governo, e que tem tido suas determinações criticadas até mesmo por juristas.
“A missão não é fácil, mas tenho pedido mais que sabedoria, tenho pedido coragem. Podem ter certeza que é obrigação de todos jogar dentro das quatro linhas da Constituição. Nós traremos para essas quatro linhas todos que ousarem ficar fora dela. O conhecimento também liberta. Hoje todos sabem o que é o Poder Executivo, a Câmara dos Deputados, o Senado e o Supremo Tribunal Federal. A voz do povo é a voz de Deus”, disse ele.
Bolsonaro segue para o Rio de Janeiro, onde acompanha um desfile militar e as manifestações de apoio convocadas para esse dia 7 de Setembro.