Para aqueles que almejam obter uma renda proveniente de investimentos e sustentar-se por meio dela, a chave fundamental reside em discernir onde alocar os recursos financeiros. Na presente coluna, apresento a quantia necessária atualmente para alcançar um rendimento mensal de R$ 5.000 em três distintas modalidades de investimentos.
Risco baixo
Para aqueles que buscam segurança em seus investimentos, o Tesouro Direto se destaca como a melhor alternativa para obter renda. Atualmente, um montante de R$ 1,26 milhão possibilita o recebimento de R$ 60 mil anuais por meio desse tipo de aplicação, resultando em uma média de R$ 5.000 por mês.
No exemplo considerado, utilizamos o título Tesouro IPCA 2035. Ao investir nessa modalidade, o investidor recebe aproximadamente R$ 30 mil a cada semestre, já descontado o Imposto de Renda. Posteriormente, na data de vencimento do título em 2035, ocorre o resgate do valor total investido, acrescido da correção pela inflação, com a devida dedução do Imposto de Renda.
Embora existam outros investimentos de baixo risco que ofereçam rendimentos superiores, como CDB, LCA e LCI, muitos deles não proporcionam pagamentos de juros periódicos, ao contrário do Tesouro, que realiza pagamentos a cada seis meses. Consequentemente, CDB, LCA e LCI, em geral, não se configuram como opções ideais para quem busca uma renda passiva constante.
Risco médio
Os fundos de investimento imobiliário (FIIs) representam uma opção de investimento mais arriscada em comparação com os títulos de renda fixa, como Tesouro, CDB, LCA e LCI, mas apresentam um nível de risco inferior ao mercado de ações.
Atualmente, é possível obter uma renda mensal de R$ 5.000 com apenas R$ 704 mil investidos em FIIs. Em contraste, seria necessário um montante 79% maior, ou seja, R$ 1,26 milhão, em títulos do Tesouro para alcançar o mesmo retorno mensal de R$ 5.000.
Esse cálculo baseia-se no retorno médio em dividendos dos FIIs de tijolo mais negociados no país.
Os fundos imobiliários de tijolo são caracterizados pela posse de imóveis físicos, como prédios de escritórios, galpões logísticos ou shopping centers. Ao investir em um fundo desse tipo, o investidor se torna coproprietário desses imóveis.
Como detentor de uma fração de propriedade, o investidor em FIIs assume os riscos associados aos imóveis, como a possível vacância de locatários, resultando em períodos sem recebimento de aluguel até encontrar um novo inquilino.
Em situações como essa, o rendimento do investidor pode ser reduzido parcialmente ou até mesmo chegar a zero durante o período em que os imóveis permanecem desocupados.
Portanto, ao investir R$ 700 mil para obter R$ 5.000 mensais, é importante estar ciente de que o rendimento está sujeito a variações conforme os contratos com os locatários são fechados ou não.
Risco alto
Investir em ações de empresas listadas na Bolsa de Valores também pode ser uma fonte de renda.
No cenário atual, aproximadamente R$ 1 milhão seria necessário para obter R$ 60 mil anuais em dividendos de ações, o que equivaleria a uma média mensal de R$ 5.000.
É importante notar que é necessário investir mais em ações do que em fundos imobiliários para alcançar a mesma renda anual. Essa disparidade ocorre porque ao investir em ações, você está adquirindo participação em empresas, não em propriedades imobiliárias. A expectativa é que essas empresas cresçam ao longo do tempo.
Portanto, ao optar por ações, a renda inicial pode ser menor em comparação com o investimento em Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs), mas a perspectiva é de que essa renda aumente a longo prazo, ultrapassando a obtida com os fundos imobiliários.
É crucial ter consciência de que essa expectativa de crescimento é apenas isso – uma expectativa. Não há garantias de que investir em ações resultará em uma renda superior no futuro.
Tanto os FIIs quanto as ações não asseguram uma renda consistente. A diferença reside no fato de que os FIIs são menos voláteis, proporcionando maior previsibilidade. Investir em ações implica em um risco maior de perda, mas também oferece a oportunidade de obter uma renda mais substancial no futuro.
Como escolher?
Após analisar as opções de Tesouro, Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) e ações, pode surgir a dúvida sobre qual dessas modalidades escolher.
Em minha perspectiva, reservaria o Tesouro Direto para recebimento de renda apenas se dispusesse de uma quantia considerável de dinheiro, visto que seu rendimento é significativamente inferior ao dos FIIs. Utilizo o Tesouro exclusivamente para a constituição da minha reserva de emergência.
No que diz respeito ao recebimento de renda, minha preferência recai sobre os FIIs, devido ao retorno mais substancial em comparação com o Tesouro, aliado a uma previsibilidade superior à das ações.
As informações são do UOL/SÍLVIO CRESPO