Roncar durante o sono afeta a qualidade do descanso e até mesmo dos relacionamentos. Cientistas suecos descobriram que, além dos prejuízos conhecidos, a apneia obstrutiva do sono pode estar relacionada ao maior risco de câncer.
A pesquisa contou com informações de aproximadamente 4.200 pacientes com apneia obstrutiva do sono – problema que ocasiona rápidas paradas respiratórias durante o descanso noturno e cujo sintoma mais comum é o ronco. Entre os voluntários, cerca de metade havia sido diagnosticada com algum tipo de câncer nos últimos cinco anos.
A pesquisa foi apresentado na segunda-feira (5/9), em uma conferência médica em Barcelona, na Espanha. “Já sabíamos que pacientes com apneia obstrutiva do sono têm maior risco de câncer, mas ainda não era evidente se isso tinha relação direta com o problema ou se era apenas relacionado a fatores de risco como obesidade, doenças cardiometabólicas e estilo de vida”, afirmou o professor Andreas Palm, um dos autores do estudo, em comunicado.
Conduzido por cientistas da Universidade de Upsala, na Suécia, o levantamento observou inicialmente a severidade da condição relacionada ao sono. Um dos testes mensurou o número de distúrbios respiratórios durante o sono e os classificou no índex de apneia e hipopneia (AHI); outro mediu quantas vezes os níveis de oxigênio no sangue caíram para 3% nos voluntários (índice de dessaturação do oxigênio, chamado de ODI). As informações são do Metropoles.
Os resultados revelaram que pacientes com câncer geralmente tinham mais interrupções durante o sono, com a média de 32 no indicador AHI comparado a 30 no grupo controle. O índice de dessaturação de oxigênio também foi maior entre pacientes com câncer, com ODI de 28 em comparação a 26 dos participantes saudáveis.
Apesar de os dados observados serem indicadores inéditos da relação entre o distúrbio do sono e o maior risco de tumores, os autores afirmam que a pesquisa usou o método de observação, ou seja, a partir das informações obtidas não está constatado que a apneia causa câncer, mas que há uma relação entre os dois problemas de saúde.