Nesta terça-feira (20), os Estados Unidos rejeitaram mais uma vez uma proposta de resolução do Conselho de Segurança da ONU referente ao conflito entre Israel e Hamas. A resolução, apresentada pela Argélia, pedia um cessar-fogo humanitário imediato. O texto recebeu 13 votos a favor, com o Reino Unido optando pela abstenção. Este é o terceiro veto dos EUA desde o início dos confrontos em 7 de outubro.
“Um voto a favor desse projeto de resolução é um apoio ao direito dos palestinos à vida. Por outro lado, votar contra implica um endosso à violência brutal e à punição coletiva infligida a eles”, disse o embaixador da Argélia na ONU, Amar Bendjama, ao conselho antes da votação.
A representante dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, indicou no último sábado que o país planejava vetar a proposta de resolução. A decisão estava relacionada à preocupação de que tal medida poderia prejudicar as negociações em andamento entre os Estados Unidos, Egito, Israel e Catar. Essas negociações visam intermediar uma pausa no conflito e a libertação dos reféns mantidos pelo Hamas na Faixa de Gaza.
“Qualquer ação que este conselho tome neste momento deve ajudar, e não atrapalhar essas negociações sensíveis e contínuas. E acreditamos que a resolução que está sendo discutida agora teria, de fato, um impacto negativo sobre essas negociações”, disse Thomas-Greenfield ao conselho antes da votação.
“Exigir um cessar-fogo imediato e incondicional sem um acordo que exija que o Hamas liberte os reféns não trará uma paz duradoura. Em vez disso, isso poderia prolongar a luta entre o Hamas e Israel”, disse ela.
Desde então, os Estados Unidos apresentaram um projeto de resolução buscando um cessar-fogo temporário no conflito entre Israel e o Hamas. Além disso, opuseram-se a uma significativa ofensiva terrestre de Israel em Rafah, conforme indicado no texto visto pela Reuters. A comissão pretende conceder tempo para negociações e não pretende votar com pressa.
Até este momento, os Estados Unidos evitavam o termo “cessar-fogo” em resoluções da ONU relacionadas ao conflito entre Israel e o Hamas. No entanto, o texto dos EUA reflete a linguagem que o presidente Joe Biden afirmou ter utilizado na semana passada durante conversas com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.
O projeto de resolução dos EUA prevê que o Conselho de Segurança “enfatize seu apoio a um cessar-fogo temporário em Gaza assim que possível, com base na fórmula de libertação de todos os reféns, e pede o levantamento de todas as barreiras à prestação de assistência humanitária em escala.”
A proposta apresentada pela Argélia, que foi rejeitada pelos Estados Unidos, não estabelecia uma ligação direta entre o cessar-fogo e a libertação dos reféns. Ao contrário, ela demandava de forma distinta a implementação imediata de um cessar-fogo humanitário e a libertação imediata e incondicional de todos os reféns.
Com informações de CNN