O líder da oposição russa, Alexei Navalny, foi visto pela última vez em dezembro, quando foi transferido para uma colônia penal chamada “Lobo Polar” no Ártico russo. Sua equipe ficou sem notícias por três semanas, enquanto ele participava de uma audiência da Suprema Corte via videoconferência, expressando preocupações sobre as condições em que estava detido na Sibéria. Navalny faleceu na sexta-feira (16), de acordo com o serviço penitenciário de Yamalo-Nenets, onde estava cumprindo pena.
Alexei Navalny has been murdered in the IK-3 prison in the Urals in Russia by Putin's regime.
— Igor Sushko (@igorsushko) February 16, 2024
He appeared in a court hearing on video yesterday, February 15, 2024: pic.twitter.com/xdwuFlnBBJ
O Serviço Penitenciário Federal relatou que Navalny perdeu a consciência durante uma caminhada e não pôde ser reanimado, apesar dos esforços da ambulância. A colônia penal “Lobo Polar” é um antigo estabelecimento do Gulag soviético, e Navalny havia mencionado temperaturas extremamente baixas, chegando a 32 graus negativos, durante sua estadia.
Em seu depoimento à corte, Navalny reclamou das condições de frio na cela de punição e do curto tempo para fazer refeições. Apesar das queixas, ele demonstrou bom humor, brincando que ainda não havia recebido correspondência de Natal por estar “muito longe”.
Meses antes da eleição presidencial, Navalny foi transferido para a colônia penal número 3, em Kharp. Ativista anticorrupção e adversário político do presidente Vladimir Putin, Navalny cumpria uma sentença de 19 anos por “extremismo” desde janeiro de 2021, após ser detido ao retornar à Rússia, alegando ter sido envenenado pelo Kremlin e se recuperado na Alemanha.
Kharp, uma cidade remota no Ártico russo, situada além do Círculo Polar Ártico, é descrita como uma das colônias mais isoladas e desafiadoras do país, com um regime especial na zona de permafrost e pouco contato com o mundo exterior, de acordo com Ivan Zhdanov, colaborador próximo de Navalny.
Com informações de O Globo