Após uma série de dias com condições climáticas instáveis, a previsão é de continuidade das chuvas ao longo do fim de semana em todo o Brasil. Segundo informações do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), os maiores volumes acumulados devem ser observados na região Sudeste, especialmente entre o litoral norte de São Paulo e a Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Os temporais nessa área são decorrentes do fortalecimento de um ciclone subtropical em alto-mar. Conforme explica Maria Clara Sassaki, porta-voz da Climatempo, o ciclone intensificará suas características nesta sexta-feira (16) antes de se distanciar do continente.
É relevante destacar que essa formação não está vinculada a uma frente fria específica. O ciclone se desenvolveu após a passagem de uma frente fria pelo Sudeste, ocasionando agitação atmosférica. O que contribui para a intensificação desse fenômeno são as águas quentes do Oceano Atlântico nas proximidades do continente, conforme esclarece Sassaki.
A meteorologista também diferencia o ciclone subtropical do ciclone tropical, a partir de parâmetros definidos pela Marinha:
- Ciclone subtropical: área de baixa pressão que não está associada a uma frente fria, mas que favorece a formação de nuvens de chuva e ventos de moderada a forte intensidade. Os ventos mais intensos podem atingir um raio de 100 km do centro da baixa pressão. Nesse sistema, as rajadas de vento variam de 63 km/h a 118 km/h.
- Ciclone tropical: área de baixa pressão com núcleo mais quente, ou seja, ajuda ainda mais na formação de nuvens carregadas. Assim como o ciclone subtropical, o ciclone tropical não está associado a uma frente fria. Esse sistema se origina no oceano, na região dos trópicos ou abaixo dos trópicos. Quanto mais quente as águas do oceano, mais energia ele terá para se desenvolver. Ele pode chegar à categoria de furacão se os ventos passarem de 118km/h.
O INMET emitiu um alerta de “perigo” por conta das fortes tempestades no Sudeste. O aviso meteorológico inclui o oeste do Paraná, leste do Mato Grosso do Sul, sul de Goiás e boa parte dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.
Alerta para deslizamentos
Com o grande volume de chuvas previsto para o Sudeste, o INMET alerta para o risco de queda de árvores e alagamentos na região.
A Defesa Civil de São Paulo também emitiu um aviso para atenção a áreas mais vulneráveis, com possibilidade de transtornos como:
- Deslizamentos
- Desabamentos
- Alagamentos
- Enchentes
- Ocorrências relacionadas a descargas elétricas, vento forte e granizo
Ainda de acordo com o órgão, a Baixada Santista e o litoral norte de São Paulo podem registrar volumes superiores a 150 milímetros e 100 milímetros por dia, respectivamente.
Chuva em todo o país
Apesar dos temporais mais intensos serem esperadas para o Sudeste, os meteorologistas explicam que todo o país deve ter chuva.
Nesta sexta, há risco de temporais no Rio Grande do Sul. A Climatempo alerta para grandes volumes de chuva na Região Serrana, além de municípios de Santa Catarina que fazem divisa com o estado. Há risco de raios e fortes rajadas de vento.
No Sul, a condição de chuva forte continua até a noite de sábado (17). A tendência é que o domingo (18) seja de pancadas mais irregulares, com chance de temporais no leste e litoral catarinense.
No Nordeste, também há previsão de chuva forte para boa parte da Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, norte do Piauí e norte do Maranhão. Os volumes podem chegar a 100 milímetros por dia.
No Centro-Oeste, as pancadas devem acontecer de forma mais isolada. O ar quente e úmido predomina sobre a região, o que diminui a condição de chuva em estados como Goiás e Mato Grosso.
Já no Norte, as áreas de instabilidade predominam por toda a região, gerando nuvens carregadas em todos os estados. As chuvas podem ser mais fortes no Acre, Amazonas e Pará.
Veja como ficam as temperaturas nas capitais nos próximos dias, de acordo com o INMET:
Com informações de G1