As bancadas do Partido Liberal (PL) na Câmara e no Senado afirmam de forma unânime que a legenda está sendo alvo de “perseguição política” em relação às recentes operações da Polícia Federal (PF) contra membros do partido, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A ala bolsonarista acredita que tais ações são preparatórias para a eventual detenção do ex-chefe do Executivo.
De acordo com informações do Poder360, os aliados mais próximos de Bolsonaro analisam que está sendo elaborado um roteiro que culminará na prisão do ex-presidente nos próximos meses. Contudo, os bolsonaristas não preveem prejuízos para o PL nas eleições municipais de outubro. A estratégia envolve reforçar junto ao eleitorado a ideia de que o partido e a direita estão sendo alvo de perseguição. A meta ambiciosa da sigla é eleger prefeitos em pelo menos 1.500 cidades, sendo que em 2023, o PL já contava com 371 prefeituras.
Apesar desse cenário, o desafio para o partido reside em levar sua mensagem ideológica para o interior do Brasil durante a disputa municipal, transformando-a em uma bandeira para as cidades. Isso se dá em um contexto em que as preocupações da população, especialmente nas áreas de saúde, educação e infraestrutura, tendem a se concentrar mais em questões locais do que no comando federal.
Além disso, o PL enfrenta a barreira de comunicação entre os alvos da última operação da PF, como Bolsonaro e o presidente do partido, Valdemar Costa Neto. Essa restrição impede discussões sobre composições de chapas e acordos relacionados às posições da legenda em diferentes cidades.
Desde a entrada do ex-presidente no partido, a sigla tem enfrentado o desafio de conciliar as duas facções, o “PL raiz”, composto por membros antigos mais alinhados ao centro, e o “PL bolsonarista”, formado por figuras mais recentes e próximas a Bolsonaro. Essa divisão aumenta a complexidade na formação de alianças municipais.
A ala mais antiga do PL tradicionalmente esteve associada a uma abordagem pragmática, participando de governos e acordos municipais amplos. No entanto, com a entrada de Bolsonaro, a maioria passou a adotar uma postura mais alinhada à direita, tornando-se menos flexível em relação a alianças locais com partidos de visões ideológicas distintas. Como resultado, é esperado que o número de chapas puras do PL disputando as eleições de outubro aumente na prática.
Com informações de Poder 360