Foto: Reprodução.
Um dos alimentos mais consumidos pelos brasileiros, o arroz está pesando no orçamento doméstico. Em dezembro de 2023, o produto atingiu o maior valor em dezoito anos e a previsão é de queda dos preços só a partir de julho deste ano.
O aumento do valor é explicado por especialistas como sendo devido a crescentes preocupações de que o aumento da demanda e o impacto do El Niño pressionarão ainda mais os estoques do grão, que é um alimento básico para bilhões de pessoas na Ásia, na América Latina e na África.
O arroz branco tailandês, um referencial asiático, subiu 2,5% em relação à semana anterior, atingindo US$ 650 por tonelada na quarta-feira (20), de acordo com a Associação de Exportadores de Arroz da Tailândia. Esse é o nível mais alto desde outubro de 2008.
Os preços alcançaram essa marca em agosto, após amplas restrições de exportação do principal exportador, a Índia, e com o clima seco ameaçando a safra tailandesa. Após recuar na maior parte de setembro e outubro, os ganhos de preço se aceleraram em novembro. Isso pode manter a inflação alimentar elevada nos próximos meses, especialmente em países dependentes de arroz, como as Filipinas.
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, também está preocupado com a aceleração da inflação alimentar antes das eleições gerais em 2024. O custo do arroz aumentou apesar das restrições de exportação, uma boa colheita e estoques estaduais amplos, de acordo com o ministério da alimentação. O produto aumentou cerca de 12% ao ano nos últimos dois anos, e o governo pediu à indústria que reduzisse os preços ao varejo.
O primeiro-ministro tailandês Srettha Thavisin disse nesta semana que a Indonésia planeja comprar 2 milhões de toneladas do país até o final do próximo ano. Os moinhos locais adiaram as vendas após a notícia na esperança de preços mais altos, disse Chookiat Ophaswongse, presidente honorário da Associação de Exportadores de Arroz da Tailândia, acrescentando que a moeda tailandesa forte também contribuiu para o aumento dos preços.
Os suprimentos do Vietnã e da Tailândia podem limitar o potencial de qualquer alta acentuada no mercado, disse Chookiat, observando que a Tailândia possui reservas de água suficientes para garantir uma boa segunda safra. Os preços elevados também incentivarão os agricultores a expandir o plantio, disse ele por telefone nesta quinta-feira (21).
“Ainda assim, esperamos que o preço permaneça em níveis bastante elevados no início do próximo ano devido às preocupações persistentes com a segurança alimentar e à proibição da Índia”, disse Chookiat. O aumento no custo do grão contrasta com outros alimentos básicos, como trigo e milho. O preço do arroz branco tailandês subiu 36% no último ano, enquanto os futuros do trigo em Chicago caíram 20%, encaminhando-se para o primeiro declínio em sete anos. Os futuros do milho perderam cerca de 30% este ano.
Com informações do Bloomerang.