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A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deu o sinal verde nesta sexta-feira para a aquisição da Kopenhagen pela Nestlé. A empresa suíça também adquirirá outras duas marcas do grupo CRM, proprietário da Kopenhagen: Chocolates Brasil Cacau e Kop Koffe. Em sua decisão, o conselho afirmou que a operação “não levanta preocupações concorrenciais”.
De acordo com a nota divulgada pelo órgão, “existem elementos suficientes para afastar a possibilidade de exercício de poder de mercado pela Nestlé após a operação nos cinco mercados relevantes com sobreposição horizontal”. Além disso, concluiu que as empresas não teriam capacidade ou incentivos para fechar quaisquer dos mercados verticalmente relacionados, tornando a operação livre de preocupações concorrenciais.
No entanto, o Tribunal do Cade ainda pode decidir analisar o caso, e terceiros interessados também podem entrar com recursos. Caso nada disso ocorra nos próximos 15 dias, a decisão terá “caráter terminativo” e a operação será aprovada em definitivo pelo órgão antitruste.
A Nestlé se comprometeu a não adquirir ativos de terceiros que representem 5% do mercado nacional de chocolates pelos próximos cinco anos. A empresa suíça atua em 15 segmentos de mercado no Brasil, segundo o Cade. Enquanto isso, o Grupo CRM, de origem brasileira, é composto pela CRM Indústria e Comércio de Alimento, responsável pelas atividades industriais do grupo, e pela Nibs Participações, detentora das três marcas: Kopenhagen, Chocolates Brasil Cacau e Kop Koffe.
A Nestlé afirmou em nota que o documento do órgão regulador confirma sua expectativa de que a análise seria rigorosa e que a operação atende aos requisitos para ser aprovada sem restrições.
Segundo Claudio Tavares, consultor especializado em varejo, a aprovação da compra era esperada, pois as duas empresas atuam em segmentos diferentes e têm públicos distintos. Ele destacou que a união das duas permitirá à Nestlé acesso a uma rede de lojas próprias e franquias com tíquete médio elevado voltado para um público de maior poder aquisitivo, algo que a empresa suíça não possui atualmente.
Leandro de Souza, da LS Consultoria, acredita que a marca Kopenhagen pode se beneficiar do investimento da Nestlé, especialmente diante da forte concorrência no mercado de chocolates premium no Brasil. Ele também destacou que a aquisição dará à Nestlé um acesso estabelecido ao segmento premium do mercado.
Com informações de O Globo.